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Abordagem Centrada na Pessoa e a importância das Relações Humanas

A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) desenvolvida por Carl Rogers é uma teoria da psicologia que coloca um foco intenso nas relações humanas e na importância das conexões interpessoais. Neste blog, vamos explorar por que as relações humanas desempenham um papel fundamental na ACP e como essa abordagem pode ser aplicada para melhorar nossa compreensão e experiência nas relações com os outros.

Para refletirmos sobre isso, vamos explorar dois pontos:

  1. Por que as relações humanas são fundamentais para a ACP?
  2. O papel da comunicação nas relações interpessoais

Por que as relações humanas são fundamentais para a ACP?

Sempre que é apresentado sobre a Abordagem Centrada na Pessoa, ouvimos falar também sobre a importância de construirmos relações facilitadoras para o processo de crescimento. Isso porque segundo Carl Rogers as relações humanas desempenham um papel vital, pois são o solo fértil onde o crescimento pessoal floresce. Para ele o crescimento e o desenvolvimento humano acontece fruto dessas relações. Carl Rogers considerou que para promover uma conexão significativa nas relações é fundamental que se tenha 3 atitudes propostas por ele. Consideramos que ao aplicar os princípios da ACP em nossas vidas cotidianas, podemos cultivar relações mais autênticas e significativas, promovendo tanto o nosso crescimento pessoal quanto o bem-estar dos outros ao nosso redor. São essas as principais atitudes consideradas por Carl Rogers:

a) Aceitação Incondicional: Na ACP, a aceitação incondicional é um dos princípios chave. Isso significa que o terapeuta e as pessoas próximas ao indivíduo devem demonstrar aceitação genuína e não de julgamento. Quando somos verdadeiramente aceitos, somos mais propensos a explorar nossos sentimentos e pensamentos com sinceridade.

b) Compreensão Empática: A empatia desempenha um papel crucial na ACP. É a capacidade de se colocar no lugar do outro, compreender seus sentimentos e perspectivas. Quando alguém se sente verdadeiramente compreendido, é mais provável que se abra e compartilhe seus pensamentos e sentimentos mais profundos. Dando espaço assim para dar novos significados para suas emoções e encontrar saídas que sejam coerentes com seu desenvolvimento.

c) Autenticidade: Quando somos autênticos em nossas relações, isso encoraja os outros a fazerem o mesmo. Isso cria um ambiente seguro para a autorreflexão e a autoexpressão, promovendo mais relações sinceras e dignas de confiança, onde cada um pode ser quem se é.

Na ACP, o objetivo é promover o crescimento pessoal e a autorrealização. Isso é alcançado através de relações significativas, onde o indivíduo é incentivado a explorar seu potencial e a encontrar seu verdadeiro eu. A aplicação dessas atitudes da ACP não se limita à terapia; ela pode ser usada em todos os aspectos das relações humanas. Ao praticar os princípios da ACP, como a empatia, a aceitação e a autenticidade, podemos melhorar nossas interações com os outros, criando relacionamentos mais saudáveis e significativos e isso acontece por meio da comunicação. Como será que podemos promover uma comunicação que seja promotora de relações facilitadoras?

O papel da comunicação nas relações interpessoais

Rogers identificou que “a maior barreira à comunicação interpessoal é a nossa tendência muito natural de julgar, avaliar, aprovar ou desaprovar as afirmações de uma outra pessoa ou grupo.” Isso indica que temos a tendência de julgar e de proteger nossas próprias ideias. Relações que são construídos por conceitos racionais e que pela lógica, acreditamos que um está certo e outro está errado. O que Rogers nos alerta é para considerarmos que enquanto humanos, não conseguimos considerar a via da lógica como única possibilidade, pois temos sentimentos, emoções e quando se trata de relações precisamos aprender a nos relacionarmos de pessoa para pessoa.

Rogers também ressaltou que o processo de comunicação não deve ser iniciado quando estamos emocionalmente abalados, pois se torna mais difícil ouvir o outro. Ele explicou que “esta tendência será mais forte quanto mais forte for o sentimento em relação às questões apresentadas.” O caminho, de acordo com Rogers, é ouvir com compreensão. Isso implica em compreender as ideias e atitudes expressas pelos outros, sentir como eles reagem e apreender seu quadro de referência. Tarefa muito desafiadora, não é mesmo? Mas acreditamos muito que se nos propormos a desenvolver essas características em cada uma de nossas relações isso já promove uma nova forma de estar com as pessoas.

Se você se sente disposto a tentar uma comunicação centrada na pessoa, vou deixar algumas características para você desenvolver:

  • Foco na compreensão que cada indivíduo possui, que será muito diferente da sua.
  • Desenvolvimento de habilidades para estabelecer uma comunicação que promova confiança.
  • Manutenção de uma ética de cuidado, tanto consigo mesmo quanto com os outros.
  • Desejo explícito de explorar a si mesmo, reconhecendo que não é detentor de nenhuma verdade absoluta

Em resumo, a comunicação desempenha um papel vital nas relações interpessoais, especialmente na Abordagem Centrada na Pessoa de Carl Rogers. Superar a tendência natural de julgar e aprender a ouvir com compreensão são passos essenciais para melhorar as relações e promover um ambiente de respeito mútuo. A Psicoterapia e a terapia de casal guiada por princípios da ACP, pode ajudar a facilitar a comunicação e promover a resolução de conflitos de maneira mais construtiva.
Se precisar de ajuda para desenvolver e praticar essa comunicação, a Psicoterapia presencial ou a Consulta Psicológica on-line podem ser o caminho! Clique aqui e converse com uma de nossas psicólogas para conhecer mais e entender o que faz sentido para você.

Elizabeth Mönster

Elizabeth Mönster

Psicóloga, CRP 12/09710

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