Como é esse encontro com um psicólogo? Muitas pessoas possuem essa dúvida, que também se apresenta na dificuldade de, diferenciar por exemplo, a conversa com um profissional e a conversa com um amigo, ou ainda com a oferta de uma escuta. Foram inúmeras as pessoas que me falaram que se sentem psicólogas por ouvir as outras. Ouvir realmente é uma habilidade preciosa e essencial para o nosso trabalho, mas apenas ouvir não é suficiente para o desenrolar de um processo psicoterapêutico e é aí que está o diferencial que o psicólogo pode oferecer.
Então eu estou aqui hoje para te explicar sobre como se dá esse encontro com um psicólogo. Nesse caso, não posso deixar de partir do ponto de vista que embasa o meu trabalho e a minha vida. Isso significa dizer que vou estar conversando com contigo sobre como é a relação com um psicólogo que atua pela Abordagem Centrada na Pessoa. A psicologia possui diferentes abordagens e teorias, que significam formas diferentes de olhar para o mundo e para o humano, de pensar as relações.
Nossos pontos nesse blog são:
- Quando alguém busca por um psicólogo?
- Como é esse encontro com o psicólogo?
Quando alguém busca por um psicólogo?
Cada um possui o seu motivo pessoal, o seu contexto quando busca fazer psicoterapia. Geralmente relacionados a momentos de angústia, inquietação, questionamentos. Nessa angustia existe algum desacordo interno, ou seja, há um descompasso entre o que a pessoa sente e o que faz. Perceba que isso não é claro e é muito comum as pessoas chegarem com objetivos concretos sobre como querem ser, os tipos de mudança que querem fazer.
Essa forma vem geralmente carregada de tensões emocionais, medo, angústia, porque realmente a gente se assusta muito quando percebemos que não somos exatamente aquilo que a gente esperava ser ou que gostaríamos de ser. É como se tivéssemos que proteger essas partes que eu não gostaria de ter e querer desenvolver algo que às vezes pode ser distante do seu jeito. Na psicoterapia é possível desenvolver novas habilidades, e, além disso, é contribuir para tornar consciente os movimentos das pessoas na vida.
Quanto mais a gente se conhece, mais podemos ter autonomia e tomar decisões que nos levem a uma realização pessoal. Um psicólogo da ACP não tem dúvida disso e ele sabe que todo organismo possui uma potência geradora de crescimento. Mas que, como todo ser, precisa de uma terra fértil para se desenvolver. Quanto mais cheio de nutrientes um solo, mais uma planta consegue crescer, certo? Pois é, então o psicólogo quando vai para o encontro com as pessoas ele vai com essa forma de enxergar o mundo – ele vai para ser solo fértil para ajudar aquela pessoa usar dos seus próprios recursos, encontrar as suas próprias saídas para se desenvolver.
Como é esse encontro com o psicólogo?
Como vimos, a chegada no psicólogo vem geralmente acompanhada de um momento de tensão e de uma expectativa sobre si mesmo. Carl Rogers foi um psicólogo que teve um papel essencial na psicologia. Nas suas pesquisas ele pode perceber o quanto certas atitudes contribuíam para que os clientes conseguissem se sentir mais a vontade no atendimento, e diminuísse a postura defensiva que tantas pessoas geralmente tem.
Consideração positiva, uma abertura para o encontro
A primeira coisa que ele viu foi o efeito positivo de quando ele genuinamente demonstrava uma aceitação positiva incondicional. Isso significa dizer que o psicólogo não coloca os comportamentos da pessoa no centro, não faz avaliações de comportamentos, mas considera genuinamente a pessoa com valor e dignidade, olhando o humano que esta a sua frente. Nossa, isso traz uma atmosfera poderosa de segurança. Experimentar esse tipo de olhar, permite se aproximar das nossas partes difíceis de ver… a gente mesmo também vem com um valor muito negativo sobre si mesmo, para algumas características nossas, e quando alguém nos olha com esse tipo de consideração, o peso negativo começa diminuir.
Compreensão pelo olhar do cliente
Percebe que é algo que se constrói na relação do encontro? Bom, mas, além disso, o psicólogo busca compreender a pessoa pelos olhos dela. Essa é uma segunda atitude essencial para esse encontro ser facilitador e a conversa não fica distante, com alguém dizendo o que fazer. As pessoas encontram na psicoterapia alguém curioso de verdade para entender o que ela está falando sem julgar. Puxa, essa é mais uma forma que contribui muito para as pessoas poderem se aproximar do que sentem, do que interpretaram sobre o que viveram… e ir se abrindo para observar novas possibilidades.
Nessas posturas essenciais o psicólogo vai construindo diálogos que partem da pessoa, da vivência dela. Esses encontros terapêuticos são também chamados de relações de ajuda, relação de pessoa para pessoa- não tem hierarquia de dono do saber. O psicólogo não vai dar a solução para os problemas da pessoa, o que ele vai fazer é garantir a atmosfera, o ambiente fértil, seguro para que a pessoa possa encontrar e desenvolver os próprios recursos.
Construindo diálogos
E por fim, tem mais uma atitude que os psicólogos da ACP estão sempre desenvolvendo é conhecer a sua própria forma de estar nas relações. Isto é muito enriquecedor para o diálogo. Nessa conversa é possível agregar novas percepções sobre o que vivemos, sobre a nossa forma de se relacionar com as pessoas. O psicólogo da ACP constrói diálogos para contribuir que você enxergue as partes que já estão ali, mas que não estão sendo vistas. Isso é muito enriquecedor. É aumentando a percepção sobre o que vivemos, que vamos agregando mais informações, fazendo sínteses mais complexas, e conseguindo assim, se desenvolver cada vez mais. É um diálogo construído com a presença dessas atitudes que vai contribuir para você encontrar novos elementos da sua caminhada.
Será que deu de imaginar um pouquinho como é estar numa consulta com um psicólogo? Espero que sim!! Caso você queria agendar uma consulta ou compreender melhor sobre os nossos serviços, é só clicar aqui!!