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Por que me preocupo tanto com a opinião das outras pessoas ?

O quanto a opinião dos outros impacta na sua vida? Tenho dificuldade de ir contra a opinião das pessoas e percebo que acabo fazendo coisas que não combinam comigo. Me sinto dividida em seguir o que quero ou seguir aquilo que acham que é melhor para mim.  Se essas sensações combinam contigo, hoje vamos refletir sobre por que a opinião dos outros acaba tendo esse efeito nas nossas vidas. Compreender quando começamos a nos importar com o que o outro pensa sobre nós pode ser uma estratégia para encontrar novos caminhos que sejam mais próximos do que você quer. Por isso, os pontos que vamos refletir juntos hoje são sobre estes aspectos: 

Quando aprendemos que a opinião dos outros importa? 

Quais os desafios quando colocamos a opinião do outro em primeiro lugar? 

Dicas para construir sua autonomia.

Quando aprendemos que a opinião dos outros importa?

Nossos primeiros vínculos pessoais

É interessante compreender por que a opinião das pessoas geralmente têm tanto peso nas nossas vidas e para isso eu gostaria de voltar para a nossa infância, para o nosso aprendizado dos primeiros contatos com nossos pais, com a nossa família ou, com as pessoas que te ofereceram cuidado, cada um vai ter uma história diferente. Mas todos nós ao nascer experimentamos o nosso primeiro contato com pessoas

Quando nos lançamos na vida, interagimos um com o outro. Precisamos do contato com o outro para nos desenvolver e assim, temos também algo muito forte e que, de certa forma, define características das nossas relações: os vínculos que formamos entre as pessoas que fazem parte do nosso convívio. É com esse vínculo que formamos nossos laços e que, ao mesmo tempo que experimentamos a felicidade de estar junto, também vivemos o medo de perder esse encontro. 

O que fazemos para garantir os nossos vínculos?

E o que a gente faz então, quando temos medo de perder algo? A gente tenta segurar, tenta proteger, tenta garantir que nada vá mudar isso, certo? Então com essa observação, que não é assim, consciente, a pessoa começa a perceber o que daquilo que ela faz contribui para aproximar, agradar à pessoa que é importante, e o que daquilo que ela faz que acaba afastando a pessoa, ou não sendo bem-visto por ela. 

Então desde crianças vamos compreendendo que tem certos comportamentos que recebem aprovação e outros que não são bem aceitos e assim vamos nos ajustando, procurando evitar fazer aquilo que desagrada aquela pessoa de referência.

Isso acontece com todo mundo. Mas em diferentes níveis o desagrado com as coisas que a gente faz pode vir com mais ou menos julgamentos, tanto pelas pessoas que convivemos, quanto por nós mesmos. Então, o que acontece é que muitas vezes nós associamos o julgamento do outro com o nosso valor pessoal. E assim, nos sentimentos com menos valor quando fazemos algo “errado”. Assim, tentamos eliminar estes comportamentos que não são legais perante o outro. 

Mas nesse movimento de eliminar algo que sente ou que teve vontade de fazer, acaba por deixar de conhecer uma parte sua, de entender melhor seus sentimentos, de explorar sua forma de estar na vida. E aí começa a ficar difícil de identificar o que é da sua forma de ser, o que você gosta ou não gosta e o que você aprendeu que deveria ser… Porque passamos com o tempo a olhar para as referências externas e não para nós mesmos.

Quais os desafios quando colocamos a opinião do outro em primeiro lugar?

Com isso acabamos tendo a opinião do outro como um norteador, e vamos crescendo tentando ver, pelos olhos dos outros, o que eu devo ou não fazer. Só que percebam como é difícil esse movimento, a sensação de insegurança acaba sendo muito presente, pois é um embasamento em algo externo e que não vem das experiências próprias da pessoa. O que acaba aumentando a ansiedade em relação ao que o outro vai pensar.

É comum se sentir perdido ou confuso, por não conseguir identificar que decisão tomar, por exemplo, pois não sabe realmente qual combina mais consigo mesmo. Há momentos também que não tem a opinião clara, ou que acabamos interpretando a opinião dos outros, ou imaginando o que eles diriam – e isso pode levar a algo muito distante do que o outro realmente pensa e principalmente, de você mesmo.

Este exercício de percepção nós não estamos acostumados a fazer. A satisfação por agradar o outro também é presente, e por isso é tão difícil de identificar que estamos mudando, sem nem perceber, tentando capturar e se ajustar ao olhar do outro.

Dicas para construir sua autonomia.

Esse movimento que vimos acima vai acontecendo com todo mundo, mas em diferentes níveis. Quanto menos juízos de valores surgem dos nossos encontros, mais temos abertura para olhar para o nosso jeito e fazer uma mescla entre o que eu percebo que isso gera no outro e o que eu percebo que eu estou passando. E isso já pode ser gerador de mudança nessa dinâmica.

Quanto mais eu vou desenvolvendo isso, menos o olhar do outro vai se tornando central, então menos ansiedade eu tenho com a opinião do outro. Entendendo assim, que ele tem também a forma dele de ser, de viver, de fazer suas próprias escolhas.

Percebendo as suas  relações

Agora te convido a olhar para suas relações. Você já percebeu se é com qualquer pessoa que te gera essa sensação de querer agradar ou de se importar com a opinião?  Você já se perguntou quando sente maior ansiedade em relação à opinião dos outros? Pode ter a ver com pessoas que você tem mais vínculo? Quando você percebe que a ansiedade aumenta? Existem momentos que você não sente essa sensação? Quais são eles? Estas são algumas perguntas que você pode estar se fazendo para tentar se conhecer melhor e se perceber nas suas relações.

Bem identificando esse movimento, que faz parte do nosso desenvolvimento como pessoa, podemos compreender melhor porque muitas vezes a opinião do outro é tão significativa para nós. Assim é possível começar a trazer para a nossa percepção todo esse contexto, sendo mais fácil identificar que muitas vezes a necessidade da opinião do outro está relacionada com o tamanho do conhecimento que eu tenho sobre mim. 

Quando compreendemos melhor nossas necessidades, sabemos identificar melhor o que precisamos. 

Assim, geralmente, a ansiedade sobre o que o outro pode achar diminui, pois estamos respeitando algo que vem de nós. Faz sentido? Então quanto mais você conhecer sobre você mesmo, identificar seu gosto, seu jeito, seu movimento de estar na vida, mais fácil vai ser de não depender da aprovação do outro para suas decisões. E perceba que este exercício não fala sobre ignorar o outro na sua relação, mas em ajudar a ter respostas sobre você nas relações. Assim é possível separar o que é seu e o que é do outro e passar a interagir pelo que a relação promove e não pelo que está dependente dela.

Como refletimos, tudo isso pode ter diferentes níveis, inclusive a ansiedade, a angústia em relação à opinião dos outros pode ter níveis que chegam a atrapalhar no seu dia a dia. De todo modo, um caminho para o autoconhecimento é um forte aliado no seu processo. Por isso, não deixe de contar com a gente, caso esteja buscando um profissional para te acompanhar nessa trajetória! Clique aqui e converse com uma das psicólogas da nossa equipe!

Um forte abraço!

Ana Luísa Remor

Ana Luísa Remor

Psicóloga, CRP 12/11646

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