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Meus relacionamentos são saudáveis?

Perceber os nossos relacionamentos é um caminho importante para o autoconhecimento e para enxergar as pessoas ao nosso redor. Os nossos relacionamentos, sejam familiares, de amizade, amorosos ou profissionais, são meios importantes para o aprendizado e crescimento. No entanto, nem todas as relações nos proporcionam isso. Há características de relacionamentos que contribuem positivamente para o desenvolvimento e outras que acabam dificultando o processo. Perceba que estou falando sobre relações e não sobre pessoas. Pois é, a forma que eu estou no relacionamento e a outra pessoa está dá um produto, e é dele que estamos falando neste blog. A ideia hoje é tentar não ir pelo caminho da dualidade, mas de olhar para a relação. Topa vir junto comigo? Para isso, vamos pensar sobre:

Aspectos a observar em relacionamentos que dificultam o crescimento

Características de relacionamentos que facilitam o crescimento

Aspectos a observar em relacionamentos que dificultam o crescimento

Quero propor aqui que você reflita um pouco sobre seus relacionamentos? O que você percebe sobre ele? A ideia aqui não é pensar especificamente nas pessoas, mas no que surgem desses encontros. Qual o produto dos encontros que você tem? O saldo deles é uma forma mais saudável de se relacionar ou com mais dificuldade de você e do outro se expressar? 

Acho interessante dizer que não estamos acostumados com esse caminho e por isso, muitas vezes é difícil mesmo se tirar do centro e olhar para o que estamos construindo, para a nossa parte de responsabilidade sobre as coisas. 

E talvez, mais difícil ainda é poder se permitir ver sem tanto julgamento, tanto sobre si mesmo, quanto em relação ao outro. Aqui já comecei dando um spoiler sobre o nosso último tópico, pois quanto mais diminuímos esse julgamento pessoal, mais abertura temos para nós e para o outro.

O que produzimos de relação que dificultam o nosso desenvolvimento

O que encontramos nas relações que de certa forma acabam dificultando o desenvolvimento pessoal é geralmente a presença de um amor condicional. Mas o que eu quero dizer com isso? Essa atitude condicional quer dizer que não podemos ser exatamente como somos, assim como também não aceitamos que o outro seja como ele é. Ou seja, há restrições de aceitação quanto a características e comportamentos. Automaticamente todos nessa relação vão buscando se adequar nesse enquadre.

Você já imaginou o que pode dar nisso? É possível que as pessoas não se sintam à vontade para dividir suas ideias pelo medo de não serem bem recebidas, então a conversa acaba não sendo muito fluida e os movimentos comedidos, pela sensação de não ter espaço para crescer ou até mesmo de errar. 

É interessante pensar também que não quer dizer que não tenha prazer, alegrias, boas trocas com essas relações. Por muitas vezes nos acostumamos com as condições colocadas, as pessoas neste relacionamento buscam um equilíbrio entre a tensão e a satisfação, pois afinal, existe vínculo e afeto entre elas!

Às vezes o equilíbrio que encontramos, sabendo até onde podemos falar ou mostrar a si, diminui aquela tensão inicial e podemos ficar nessas relações sem haver grandes mudanças – tanto para si quanto para o outro, entende? Quando pensamos em relações que dificultam o crescimento, elas não vêm necessariamente acompanhadas de sensações ruins e não quer dizer que não tenha esforço de ambos os lados para dar certo.

Quais sensações podemos encontrar? 

Uma relação que não estimula o crescimento das pessoas que estão nela é uma relação com mais cobranças, que acabam limitando as ações, pode haver mais tensão. A autonomia também é reduzida, porque algumas condições acabam prendendo e limitando o movimento de cada um. 

Difícil não? Você percebe que uma relação só acontece com a presença de duas pessoas? E que é a forma de cada uma que vai dar o tom para esse relacionamento

Tudo que estou descrevendo aqui, na verdade, é muito comum e acontece com todos. Veja, acredito que em cada relacionamento a gente tenha diferentes níveis de atitudes que facilitam ou dificultam o crescimento interpessoal. Existe movimento, às vezes mais, outros menos, momentos que há facilidades, momentos que há mais dificuldades… Estamos sempre em processo de aprendizagem, quanto maior a nossa noção sobre essas coisas, mais podemos caminhar por vias construtivas.

Características de relacionamentos que facilitam o nosso crescimento

Ah, já, por outro lado, tem relações que produzem mais leveza e abertura. Em que o peso dos erros não são tão pesados e que é possível estar refletindo e crescendo juntos, descobrindo novas formas de estar no relacionamento e de se comunicar!!

Relacionamentos saudáveis facilitam o nosso crescimento! Geralmente tem afetos sem tantos condicionamentos e assim por sua vez, uma maior aceitação das características de cada um, e até mesmo do tempo que cada um precisa para elaborar as coisas que vivem!

Outro fator presente em relacionamentos mais saudáveis é a diminuição de julgamentos, procurando compreender o que cada um sente, o que cada um está dando de significado para o que estão vivendo! Isso fala muito também sobre a empatia!! Aquele exercício de se colocar no lugar da outra pessoa. Isso permite uma relação com mais acolhimento e abertura para viverem e aprenderem juntos!

A abertura para o outro, fala de uma disponibilidade de tentar enxergar um pouquinho as coisas pelos olhos dele e não necessariamente pelo nosso! Isso contribui muito para compreensão e aproximação das pessoas que estamos convivendo. Não estou dizendo com isso que precisa concordar com tudo que aquela pessoa faz ou fala e que temos que buscar construir relações com todo mundo. 

Existem diferentes níveis de intimidade e de dedicação. A questão é poder perceber e sentir onde é possível ou onde que você quer aprofundar mais os seus relacionamentos, exercitar essa abertura e perceber as características das relações que já está vivendo. 

Três dicas para relacionamentos mais saudáveis:

  1. Antes de tirar suas conclusões sobre a pessoa, converse com ela e procure entender de que ponto de vista ela está partindo;
  2. Procure observar os seus julgamentos. Reconhecer quando eles aparecem ajuda a dar mais abertura e leveza para o encontro;
  3. O respeito a você e ao outro. Respeitar os seus limites e reconhecer os limites do outro é um passo de cuidado importante, que contribui para você se ver e enxergar o outro nessa relação;

A ideia é pensar em caminhos que agreguem, que construam possibilidades, que tragam de alguma forma aprendizados, sem desvalorizar você e quem estiver na relação contigo!

Perceba que essa é uma tarefa desafiadora, pois não é comum prestarmos atenção nisso! Se você visitar as suas relações é possível encontrar um pouquinho de cada característica que pode ser diferente em cada momento. São muitas variáveis. 

Por fim, gostaria de dizer que a compreensão sobre relações facilitadoras vem dos estudos e pesquisas de Carl Rogers, um psicólogo que trabalhou por muitos anos pesquisando as características de uma consulta psicológica e o que facilitaria esses encontros.

Ele percebeu que algumas atitudes eram fundamentais para ocorrer essa troca. Com o tempo viu também que se nas nossas relações interpessoais conseguíssemos exercer essas atitudes, elas também seriam produtoras de crescimento! Bonito isso não é mesmo? 

O psicólogo centrado na pessoa busca desenvolver cada vez mais essa abertura para estar com as pessoas. A psicoterapia centrada na pessoa é toda pautada nessa forma de estar com o outro. É com esse olhar que trabalhamos aqui no Espaço Viver. Se você tiver vontade de saber sobre os nossos serviços e conhecer o nosso trabalho, clique aqui e fale com uma de nossas psicólogas!

Foto de GR Stocks na Unsplash e de fauxels

Ana Luísa Remor

Ana Luísa Remor

Psicóloga, CRP 12/11646

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