Você sabe a diferença entre se sentir estressado e vivenciar a Síndrome de Burnout? O esgotamento emocional profissional, outro nome do burnout, é um daqueles assuntos dos quais parece que conhecemos o que é, mas, ao mesmo tempo, não sabemos muito. Então chegou a hora de esclarecer aquelas dúvidas e confusões para compreender melhor o que você sente quando diz que está em burnout.
O burnout é um estado de exaustão emocional, mental e muitas vezes física causado por estresse prolongado ou repetido. Embora seja frequentemente causado por problemas no trabalho, também pode aparecer em outras áreas da vida, como na parentalidade, no cuidado a outros ou em relacionamentos românticos. Para compreender melhor sobre o tema, passaremos pelos pontos abaixo:
-A origem do burnout;
-Alguns trabalhos são mais propensos a causar burnout?
– Como lidar com o burnout;
-Deve largar seu emprego se estiver com burnout?
– As práticas de autocuidado podem ajudar no combate ao burnout?
A origem do burnout
O burnout não é simplesmente o resultado de trabalhar longas horas ou fazer malabarismos para dar conta de muitas tarefas, embora influenciem. O cinismo, a depressão e a letargia característicos do burnout ocorrem com mais frequência quando uma pessoa não tem controle de como um trabalho é realizado, no trabalho ou em casa, ou é solicitada a concluir tarefas que entram em conflito com seu senso de identidade.
As cinco principais razões para o burnout são um tratamento injusto no trabalho; ter uma carga de trabalho imprevisível e muito demandante; a presença de falta de clareza do seu papel no trabalho; falta de comunicação e suporte entre chefia e funcionários; e por último, mas uma das causas mais comuns é a sensação contínua de pressão de tempo de execução das tarefas. Observe que a falta de resiliência ou força de vontade não está entre elas.
Outra forma de se sentir pressionado, é trabalhar em direção a uma meta que não obtém apoio, se sentindo ‘remando sozinha, contra os demais’. Se uma pessoa não adapta às responsabilidades de um trabalho que não faz lhe sentido, ou não faz uma pausa ocasionalmente, ela pode enfrentar o burnout – bem como a montanha de problemas de saúde mental e física que geralmente vêm como consequência, incluindo dores de cabeça, fadiga, dores de estômago e outros sintomas gastrointestinais, como também o aumento de uso indevido de álcool ou drogas.
Qual a diferença entre burnout e estresse?
O burnout é um período prolongado de estresse que parece não poder ser melhorado. Se o estresse é de curta duração ou vinculado a um objetivo específico, provavelmente não é prejudicial. Se o estresse parece interminável e vem com sentimentos de vazio, apatia e desesperança, pode ser indicativo de burnout.
Sintomas do burnout
O estresse afeta mais do que apenas nossas mentes – ele afeta nosso corpo, comportamento, cérebro e emoções. Quando excessivamente estressado por longos períodos, é importante observar como se estabelece o esgotamento, antes que ele se agrave, então é importante reconhecer seus sinais para diminuir seu impacto ou possíveis prejuízos. Fique atento aos sinais abaixo:
Sinais comportamentais: falta de sono, apatia, sensação de isolamento, estar excessivamente reativo ou choroso.
Sinais emocionais: ansiedade constante, medo, tristeza e irritabilidade ou raiva.
Sinais cognitivos: dificuldade de concentração e excesso de análise dos eventos.
Sinais físicos: dores e fadiga.
Se perceber independente no trabalho pode ser importante, mas ser independente demais pode levar ao esgotamento. Os humanos precisam de conexão pessoa, assim, pedir ajuda é um sinal de força, não de fraqueza. Além desses sintomas, sentir que não consegue mais fazer seu trabalho com eficácia e qualidade também pode sinalizar a presença do burnout.
Alguns trabalhos são mais propensos a causar burnout?
Qualquer trabalho pode ser uma fonte de burnout. Aqueles com trabalhos com rotinas particularmente estressantes – como advogados, médicos, professores, policiais – podem ser mais propensos do que aqueles em profissões de baixo estresse a sofrer de burnout.
Como lidar com o burnout
Embora alguns ambientes de trabalho possam ser especialmente desgastantes – como a área médica e da justiça– qualquer pessoa que esteja ficando sem se recarregar pode tomar medidas para aliviar os efeitos adoecedores do burnout e, se necessário, reavaliar sua vida profissional.
Para combater o burnout, ter um senso de propósito de vida e profissão, se perceber causando impacto na vida de outros ou sentir que está tornando o mundo um lugar melhor, são valiosos. Muitas vezes, o significado de sua atuação profissional pode neutralizar os aspectos negativos de um trabalho. Outros motivadores incluem autonomia, bem como um desafio bom e difícil.
Deve largar seu emprego se estiver com burnout?
Talvez, mas não é a única opção. Falar sobre suas preocupações ou reestruturar seu ambiente de trabalho para lidar com o burnout pode ser menos arriscado e igualmente eficaz. Cultivar bons relacionamentos, adotar hábitos de autocuidado e focar em atividades de lazer fora do trabalho também pode ajudar a restaurar seu senso de identidade e atenuar o estresse. Se uma área da sua vida exige mais energia física, mental e emocional, a vida necessitará ter outras áreas delas bem equilibradas para que não gere prejuízos.

As práticas de autocuidado podem ajudar no combate ao burnout?
O burnout pode ter consequências graves se não for tratado. Discutir abertamente – seja com um cônjuge, familiares, amigos ou um terapeuta – geralmente é o primeiro passo para abordar seus sintomas, obter a ajuda necessária e evitar resultados negativos.
Pesquisas mostram que o autocuidado é uma arma eficaz na luta contra o burnout. Embora o autocuidado pareça diferente para todos, as estratégias comuns incluem fazer psicoterapia de forma regular, exercícios, mudanças na dieta, ioga, meditação, massagem, entre outras atividades.
Além de ser um problema estrutural, o burnout também é um problema cultural. A maioria de nós internalizou crenças culturais profundamente arraigadas sobre trabalho, tempo e nosso valor. Hoje em dia, esperamos que o trabalho não apenas gere um salário, mas também propósito, significado, identidade, status – talvez até salvação. E esse emaranhado de trabalho com valores mais profundos pode ser perigoso.
O desenvolvimento pessoal e práticas de autocuidados são muitas vezes necessárias para desvendar as muitas maneiras pelas quais nossas crenças de vida estão ligadas à forma como pensamos sobre o trabalho e o tempo. Portanto, um passo crucial em nossa jornada de combate ao burnout é aprofundar nosso autoconhecimento.
Somente quando conhecemos nossos padrões e de onde eles vêm, podemos gerenciá-los com eficácia. Compreender nossas histórias nos impede de repetir cegamente comportamentos improdutivos que não nos servem mais. E isso inclui nossas histórias de trabalho. O autoconhecimento também leva a uma visão mais gentil e compassiva do que podemos considerar nossas deficiências.
Sem autoconhecimento não conseguiremos fazer escolhas mais sábias. Se não entendermos nossas motivações e medos básicos, seremos jogados de um lado para o outro por nossas emoções como pequenos barcos à deriva em um mar agitado.
Compreenda o burnout como uma oportunidade de aprendizado. Ele é algo sério, que necessita de cuidados, que geralmente é o resultado de maus hábitos de trabalho que se estabeleceram por um longo tempo. O burnout é um sinal de alerta. É o nosso corpo dizendo ‘Não, você não pode continuar assim!’. Obriga-nos a parar o que fazemos e a refletir sobre como trabalhar de forma saudável e equilibrada e a fazer mudanças duradouras.
Ao reconhecer os sinais de esgotamento, físico e emocional, é crucial entender que é normal e saudável mostrar vulnerabilidade, acessar os recursos e o suporte de que você precisa e tentar se desconectar. Forçar-se além do ponto de exaustão só diminuirá sua criatividade e a eficácia. Sabemos que nem sempre isso é fácil e se você perceber que precisa de ajuda para lidar com seus desafios cotidianos, a Psicoterapia presencial ou a Consulta Psicológica on-line podem ser o caminho!
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