Você sabia que no Brasil estima-se que existem cerca de 900 mil idosos portadores de demência sem ter o diagnóstico e, portanto, sem tratamento? Esses dados registram algo importante e demonstram que o Alzheimer ainda é pouco conhecido. Esses dados me motivaram a escrever esse blog, pois muitas pessoas me procuram já com estágio avançado do adoecimento e, portanto, sem muitos recursos. Vejo famílias tristes e preocupadas com seus idosos. Então, estou aqui para apresentar um pouco mais sobre esse adoecimento para contribuir para você identificar os sintomas e assim buscar o tratamento adequado o quanto antes! Juntos podemos cuidar dos nossos idosos!
Nesse blog vou passar por três pontos:
- 1. O que é o Alzheimer
- 2. Como identificar o Alzheimer
- 3. Qual o tratamento que devo buscar?
1. O que é o Alzheimer?
A doença de Alzheimer ainda é considerada um tabu para muitas famílias e um adoecimento que pode gerar vergonha para alguns familiares. Essas questões podem gerar um silêncio sobre o adoecimento entre as pessoas o que pode dificuldades o processo e o tratamento. As famílias na tentativa de proteger o idoso, se sentem perdidos e muitas vezes não se sentem capazes de pedir ajuda. E isso pode gerar dificuldade em saber qual o melhor tratamento e o melhor profissional para acompanhar o idoso. Até porque geralmente os idosos que apresentam sintomas de demência não sentem dor e por isso não sentem necessidades de cuidados médicos. Então entender o que é esse adoecimento pode contribuir para que você sinta coragem de superar esse processo e assim criar uma rede integral de cuidado.
Mas para você compreender os detalhes desse adoecimento, vou começar apresentando como surgiu o Alzheimer. Tudo começou em 1906, em Munique, quando uma senhora chamada Auguste Deter foi levada ao Dr. Alois Alzheimer, pois estava sofrendo de um tipo de distúrbio desconhecido que afetava o seu comportamento, memória e os afazeres cotidianos. Quando ela faleceu, aos 55 anos de idade, o Dr. Alzheimer analisou o cérebro dela e fez uma descrição das alterações que ele percebeu, reconhecendo que o cérebro era menor e tinha uma grande quantidade de células mortas que estavam preenchidas por partículas escuras, que era a causa do prejuízo apresentado pelo seu funcionamento cerebral. Uma das primeiras regiões afetadas é o hipotálamo, que é responsável pela memória, por isso é um dos sintomas iniciais desse adoecimento.
Por conta desses estudos e avanços sobre o Alzheimer é que atualmente já é possível identificarmos alguns sinais no seu processo inicial.
A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa sendo apresentada no idoso a partir de pequenos lapsos de memória até a perda total da independência. As demências atualmente somam mais de 47 milhões de pessoas no mundo e a Doença de Alzheimer é a mais prevalente. Até 2050 esse número vai triplicar, segundo a OMS. Isso se decorre também devido ao aumento acelerado e contínuo do número de pessoas idosas.
Esses dados servem para nos ajudar a perceber a importância de buscarmos um profissional na área o quanto antes. A complexidade desse adoecimento no processo de envelhecimento, aponta para a necessidade de buscarmos um cuidado para sua saúde. Busca-se com isso não somente o controle das doenças, mas principalmente o bem-estar físico, psíquico, social, ou seja, a melhora da qualidade de vida. Afinal é o que todos queremos para nosso processo de envelhecimento e para aqueles que amamos, não é mesmo? Que possamos viver esse processo com qualidade de vida.
2. Como identificar a doença de Alzheimer no idoso
Para identificar o Alzheimer é necessário realizarmos um acompanhamento com médico, neurologista ou psiquiatra e também realizar uma avaliação neuropsicológica. A partir de alguns sintomas apresentados pelo idoso, podemos identificar o momento de buscar essas especialidades. Vou deixar aqui alguns sintomas para te ajudar a identificar:
- Problemas na fala, quando você começa a reconhecer que o idoso está com algumas dificuldades na fala, as letras já não saem mais tão certinhas e até mesmo esquecem de algumas palavras ou nomes.
- Esquecimento de coisas e situações que acabaram de acontecer;
- Perda da noção de tempo. Vai esquecer que dia da semana que estamos, se perder nas horas, se confundir com o mês e o ano.
- Se perder em locais que ele conhece bastante.
- Dificuldade em tomar decisões;
- É comum algumas mudanças no seu comportamento, sinais de mudanças de humor, falta de motivação; ansiedade e tristeza profunda.
- Agressividade em situações que não apresentava antes
- Falta de interesse por hobbies e outras atividades rotineiras;
- Esquecer aqueles compromissos e eventos super importantes.
- Falta de cuidado com higiene pessoal
Esse foram alguns sintomas da demência para você observar se isso está acontecendo com o idoso. Esses sintomas tendem a ficar cada vez mais intensos e frequentes dependendo da fase do adoecimento. Nas fases de estágio moderado a grave, o idoso vai precisar de um familiar ou cuidador em tempo integral, não vai conseguir fazer atividades do dia a dia, como se vestir, fazer comida, fazer a higiene pessoal. Seu comportamento vai se tornando cada vez mais inapropriado para o contexto. As dificuldades na memória vão se intensificando até o ponto de não conseguir reconhecer os familiares.
3. Qual o tratamento que devo buscar?
O tratamento para o Alzheimer é feito para controlar os sintomas e retardar o agravamento da degeneração cerebral provocada pela doença e inclui o uso de remédios específicos que são indicados pelo neurologista ou psiquiatra.
Além do uso de remédios, é importante que o tratamento para Alzheimer seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por neurologista ou psiquiatra, nutricionista, fisioterapeuta, neuropsicologia, entre outros profissionais que pode ser importante em cada caso. O tratamento multidisciplinar é fundamental para que possamos ir acompanhando cada novo processo do adoecimento e assim, feito de uma forma que é possível evitar o aparecimento de outros sintomas e de complicações, assim como é possível garantir a melhora da qualidade de vida.
Além dessa equipe é recomendado também a Reabilitação neuropsicológica – Que é um tipo de serviço que engloba um conjunto de atividades terapêuticas cuja finalidade é reabilitar funções cognitivas comprometidas, potencializar a reorganização funcional do cerebral e reduzir os impactos das perdas na vida da pessoa e de seus familiares decorrente de disfunções cerebrais.
Lembre-se, nada disso é preciso viver sozinho, então conte com profissionais que possam contribuir nessa caminhada com você! Se você identificou algumas dessas características no idoso e busque uma avaliação neuropsicológica. Caso tenha interesse de conhecer mais sobre esse serviço, clique aqui e converse com uma de nossas psicólogas que vai apresentar todos os detalhes para você.