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O que é a fobia de silêncio e por que ela acontece?

Chegar em casa depois de um dia intenso de trabalho e de estudos e: ligar a televisão, ouvir música ou qualquer outra coisa que e Chegar em casa depois de um dia intenso de trabalho e de estudos e: ligar a televisão, ouvir música ou qualquer outra coisa que emita som para não conviver com o “barulho” ensurdecedor do silêncio! Essa é a realidade de muitas brasileiras e brasileiros que, definitivamente sentem desconforto com o silêncio e vivem diariamente tentando não entrar em contato com ele. Mas você pode estar pensando, qual o problema disso? É isso que você vai encontrar neste artigo.

Vamos explorar:

– Por que temos medo de ficar em silêncio?

– Quais são os prejuízos de não viver momentos de silêncio?

– 3 reflexões que podem ajudar a perder o medo do silêncio.

Por que temos medo de ficar em silêncio?

O medo de ficar em silêncio tem se tornado tão intenso ao ponto de ser descrito como uma fobia, aquela sensação de ansiedade extrema que nos faz tentar evitar a qualquer custo o que nos causa medo, no caso o silêncio. Mas por que tanto medo do silêncio? Aparentemente ele não poderia nos causar prejuízos, não é mesmo? Bem, a questão está no significado que atribuímos ao silêncio e também no que podemos perceber sobre nós mesmos quando estamos em silêncio.

O primeiro ponto que levantamos sobre os significados do silêncio nos levam à outra campeã de medo entre as pessoas, a solidão. É muito comum que as pessoas associem o silêncio ao medo de ficar sozinho, de se sentir só. Isso quer dizer que, nestes casos, os momentos de silêncio carregam o significado de abandono, angústia, tristeza, baixa autoestima.

Ainda tem o significado de improdutividade, quando os momentos de silêncio remetem ao não estar fazendo algo produtivo ou útil. Esse significado está associado ao jeito de viver que desenvolvemos com a Modernidade, onde o valor das pessoas passou a estar associado às suas atividades de trabalho ou de contribuição para o desenvolvimento de algum projeto útil. É neste eixo de compreensão que entram os excessos de uso de meios de comunicação que nos inundam de informações à todo momento. Ne sempre essa informações trazem de fato conhecimentos com sabedoria, assim como nem sempre nos trazem conexões significativas, mas com frequência preferimos rolar informações na tela do celular do que ficar alguns minutinhos em silêncio, não é?

Se experimentarmos o silêncio por algum tempo, mesmo que sejam poucos minutos, vamos começar a perceber sensações, sentimentos, informações do nosso corpo como coração batendo, ar entrando nos pulmões, dores, tensões, por exemplo, além dos pensamentos que passam pela nossa atenção. Assim, precisaremos reconhecer informações e reflexões sobre nós mesmos, que muitas vezes temos preferido ou até precisado deixar de lado para conseguir lidar com a realidade ao nosso redor.

Observem, como os significados podem estar distorcidos: parece que se ficarmos em silêncio, apenas com a nossa presença, sem acesso ao celular, ou à internet, então haverá algo de errado, poderemos sentir sofrimento e solidão ou, ao menos, algo que não saberemos lidar. Mas reflitam comigo, se estivermos mesmo nos sentido desta forma, o sentimento já não estaria lá? Não estaríamos apenas deixando de lado algo que já está acontecendo sem que percebamos? Pois é, parece que é isso que estamos preferindo, a ilusão do que a realidade e geralmente não fazemos de propósito, mas sim por automatismo.

Quais são os prejuízos de não viver momentos de silêncio?

Se observarmos a vida ao nosso redor, vamos acabar percebendo que tudo acontece em ciclos. São fases da vida, estações do ano, turnos do dia. Em todos os processos existem momentos de parada: o inverno, a noite, entre tantos outros exemplos. Nós também precisamos de momentos de parada, onde seja possível recolher-se, aquietar, ficar em silêncio. São esses momentos que nos permitem perceber, reconhecer como estamos, para então repor o que precisamos, planejar mudanças necessárias para, então, ir para o próximo ciclo da vida que nos espera.

Quando não fazemos momentos de silêncio, não percebemos com nitidez o que estamos precisando em termos de cuidados pessoais e relacionais. Sem nos aquietar, vamos seguindo no piloto automático, sem autocuidado ao ponto de podermos chegar à exaustão, com sinais de ansiedade excessiva e sentindo os prejuízos do estresse. Nestes movimentos podemos perder a referência do que nos faz sentir satisfação e realização. Podemos chegar a desenvolver crises de ansiedade, processos depressivos, dentre outras alterações de saúde mental. Então, a seguir vamos refletir sobre aspectos que podem ajudar a minimizar o medo do silêncio e usufruir dos benefícios desses momentos.

3 reflexões que podem ajudar a perder o medo do silêncio.

  1. Você não vai encontrar nada nos momentos de silêncio que já não exista em você! Você só não percebeu ainda. Então aguce a curiosidade, há aspectos seus desconhecidos para explorar. Pode até ser que você não goste do que vai encontrar, mas a psicoterapia está aí para ajudar. Se quiser saber mais sobre como consultas psicológicas podem ajudar, clique aqui e converse com uma psicóloga da nossa equipe!
  2. Esta é uma oportunidade de se conectar com suas sensações e sentimentos. Eles são uma porta de entrada para reconhecer suas necessidades e desenvolver autoconhecimento. Lembre-se que você é a única pessoa que pode ampliar sua consciência de si, para caminhar pela vida com mais autonomia e autenticidade.
  3. Experimente fazer paradas curtas e aumente o tempo de silêncio gradativamente. Pode caber muita percepção em um minuto apenas. Nossa percepção de tempo no silêncio pode ser bastante elástica. Aconchegue-se em um lugar seguro e confortável e experimente.

Lembre-se que o silêncio embora pareça vazio pela ausência de barulho é todo preenchido de VOCÊ!

Obrigada por acompanhar a leitura até aqui. Se achar que alguém pode se beneficiar dessas reflexões, compartilhe este texto e nos envie suas reflexões à partir da sua leitura, será um prazer conversar com você!

Maira Flôr

Maira Flôr

Psicóloga, CRP 12/08932

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