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O que é e como identificar perda cognitiva no idoso?

Ele (a) já não está mais conseguindo fazer as coisas da forma que fazia antes, vive esquecendo o nome da rua onde reside, o dia do aniversário e tenho que confessar, esses esquecimentos têm sido recorrentes, mas não sei o que fazer para ajudá-lo (a).

Essa é uma frase comum em familiares e pessoas que convivem com idosos que apresentam alguma perda cognitiva. Sei que o desejo de cuidar do idoso que tanto amamos é muito grande, porém, muitas vezes não sabemos como identificar se o que ele (a) está vivendo é fruto de uma perda cognitiva, por isso resolvi conversarmos sobre esses detalhes aqui no blog! Pois, sei a importância de identificarmos essa perda para iniciar o tratamento quanto antes e assim cuidarmos de nossos idosos.

Então, se você convive ou tem contato com idosos e quer entender se ele está apresentando alguma perda cognitiva esse blog é para você!

Segue os pontos que serão apresentados no texto:

  • 1. O que significa perda cognitiva?
  • 2. Quais são as perdas cognitivas
  • 3. Como identificar essas perdas cognitivas no idoso

1. O que significa perda cognitiva?

Primeiramente apresentarei o conceito da perda cognitiva, que nada mais é do que aquela perda da capacidade de realizar as tarefas que estão diretamente relacionadas ao dia a dia do idoso.

Essas perdas, podem ser reconhecidas quando o idoso que você convive realizava atividades do dia a dia de forma muito tranquila e agora parece que já não consegue mais realizá-las.

Segue alguns exemplos:

  • Um idoso que amava bordar e realizar atividades manuais e esqueceu como fazer aquele ponto do crochê
  • Dirigia o carro diariamente e já não lembra a rota que fazia para ir até o supermercado
  • Está fazendo comida e já não lembra mais de colocar o sal ou então, salga duas vezes.
  • Apresenta dificuldade de lembrar em que dia estamos
  • Não consegue mais realizar cálculos de cabeça.

É importante lembrar que aqui nesse ponto, estou apresentando aquelas perdas que dizem respeito a cognição, memória, aprendizado e não às condições fisiológicas. Porque o idoso pode não conseguir mais bordar, ou dirigir por uma condição de saúde física. Mas, a perda cognitiva está relacionada a uma condição do cérebro, como dificuldade na memória, dificuldade em aprender novos conhecimentos, entre outras coisas.

Para você compreender um pouco melhor sobre as perdas cognitivas, apresentarei agora, os diferentes tipos, que podem ser fundamentais para te ajudar a identificar se o seu familiar ou o idoso que está próximo de você está apresentando algumas dessas perdas.

2. Quais são os tipos de perdas cognitivas?

Bom, agora que já sabemos o que são as perdas cognitivas, tente observar se o idoso que está próximo a você apresenta alguma dessas características. É importante você saber, que independente das perdas cognitivas, elas tendem a se apresentar de maneira progressiva, apresentando sintomas mais leves no início e persistindo com mais frequência.

Em relação às perdas cognitivas, na prática clínica são destacadas 03 principais tipos:

Apresentarei de uma forma breve e rápida aqui para você, lembrando que se você reconhecer alguma delas no dia-a-dia do idoso, procure um especialista para realizar uma avaliação neuropsicológica.

  • O primeiro tipo, é conhecido como um Declínio Cognitivo Subjetivo.
  • Esse tipo é representado por aquelas perdas cognitivas que não impedem o idoso de exercer as atividades do dia-a-dia. Aqui você pode perceber algumas dificuldades na cognição, na memória ou na atenção, mas mesmo assim consegue identificar que o idoso continua realizando as atividades sem comprometimento.
  • O segundo tipo conhecido é conhecido como Comprometimento Cognitivo Leve.
  • Aqui você reconhece que o idoso já está apresentando uma certa dificuldade para realizar tarefas rotineiras, por conta da perda cognitiva. Isso significa dizer que nesse tipo de perda cognitiva, o idoso já não está conseguindo fazer as atividades do dia-a-dia como antes.
  • Sabe quando esquece a panela no fogão, mas foi apenas algumas vezes? Ou quando esqueceu o endereço de um familiar, mas ele logo lembrou. São aquelas atividades que o idoso realiza diariamente e que durante essa realização ele apresenta algumas perdas de memória e que você já está preocupado em deixar ele sozinho. Se for isso que está acontecendo na sua realidade é importante realizar um rastreio cognitivo quanto antes.
  • O terceiro tipo, um dos mais conhecidos, é a Demência. Essa é considerada pelos especialistas como a última fase do processo de perda cognitiva. Nesse caso, o idoso já não consegue mais cuidar das atividades do dia-a-dia sozinho e precisa de um cuidador integralmente.

Bom, achei importante trazer esses três tipos, para você reconhecer um pouco mais do que o idoso que apresenta perdas cognitivas pode estar vivendo. Sei que não é fácil para você que convive com o idoso perceber essas perdas, pois você também vive muito de perto todas as dificuldades que esse processo acarreta. Entendo que reconhecer essas perdas não são fáceis, pois nem sempre sabemos o que fazer e onde procurar ajuda.

Então, gostaria que você soubesse que não está sozinho, e saiba que existem profissionais especializados que podem ajudar você a identificar a perda cognitiva no idoso, para que assim você possa buscar apoio profissional e começar o tratamento quanto antes.

3. Como identificar essas perdas cognitivas no idoso

Preparei algumas dicas para ajudar você a identificar essas perdas cognitivas no dia-a-dia com o idoso.

É importante saber que é muito comum o idoso sentir vergonha ao reconhecer que está com dificuldade de realizar atividades que antes pareciam simples, de reconhecer que já não lembra de datas e de coisas que antes eram fáceis para ele, então gostaria que você soubesse que esse processo de buscar uma avaliação ou tratamento para ela (a) pode não ser um caminho fácil, pois o idoso pode tentar esconder e demonstrar resistência em ir ao médico.

  • A primeira dica para identificar a perda é ficar atento em todos os momentos em que você estiver com o idoso, para reconhecer se ele sabe que dia é hoje, se ele está conseguindo realizar as atividades rotineiras, entre outras coisas que ele costumava fazer antes.
  • A segunda dica é perceber que o idoso tentará minimizar essa perda cognitiva, como, por exemplo, falar que esqueceu por algum motivo específico, ou até mesmo dizer que não foi ele. Em algumas situações, eles podem ficar muito desconfortáveis.
  • A terceira dica é: fique atento também aos sentimentos apresentados pelo idoso, é bem comum, eles mudarem sua personalidade, começando a apresentar emoções que não eram comuns antes, como: tristeza persistente, agressividade verbal, irritabilidade, entre outras. É importante você reconhecer que o idoso não apresenta essas emoções por mal, mas sim porque está apresentando uma perda cognitiva e que esses comportamentos são comuns nesses casos.
  • A quarta dica é ficar atento quando ele apresenta as perdas de memória, você pode identificar isso em várias situações, quando eles trocam ou esquecem nomes, situações sociais em que vocês viveram e o idoso não recorda, ou lembra só de alguns fatos, eles costumam também perder objetos frequentemente, entre outras perdas de memória.

Bom, esses são alguns sintomas comuns nos processos de perdas cognitivas, porém existem muitos outros.

Então, se você perceber alguns desses processos, procure especialistas na área e é fundamental realizar também uma avaliação neuropsicológica.

As perdas cognitivas representam um processo de adoecimento fruto do envelhecimento que não afetam apenas o idoso, mas também você que está perto de alguma forma.

Viver processos assim é mesmo um completo cuidado e mudança para o idoso e todos que estão próximos dele, então respeite o processo e não viva esse momento sozinho, busque o tratamento adequado para o idoso, para ser possível tratar os sintomas dele, e um espaço também para você ter orientação de como deve proceder nesses casos.

Então lembre-se: você não está sozinho. Existem profissionais especializados para estar junto nesse processo.

Caso queira conhecer mais sobre a avaliação neuropsicológica, clique aqui e converse com uma de nossas psicólogas para conhecer mais sobre esse serviço.

Elizabeth Mönster

Elizabeth Mönster

Psicóloga, CRP 12/09710

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