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A importância de dizer “NÃO”

Recentemente, o estabelecimento de limites foi temática de muitas conversas pessoais, no trabalho e nos atendimentos dos clientes. Notei que muitos estão sentindo a necessidade de alcançar um equilíbrio na vida, sentir um bem-estar, pois percebem uma fadiga e desorganização na vida. E você, estabelece limites em sua vida?

Para explorar um pouco mais sobre os limites, vamos passar pelos seguintes pontos:

  • O que são limites
  • Sinais que indicam a necessidade de se estabelecer limites
  • Como evitar que as pessoas desrespeitem seus limites
  • Dicas para definir limites saudáveis.

O que são limites

Os limites podem ser definidos como: “Expectativas e necessidades que o ajudam a sentir-se seguro e confortável em seus relacionamentos. As expectativas nos relacionamentos o ajudam a ficar bem, tanto mentalmente quanto emocionalmente. Aprender quando dizer sim ou não também é fundamental para se sentir à vontade quando interage com os outros”. (TAWWAB, 2021, p.19).

Para conseguir estabelecer limites em sua vida é necessário se perceber como pessoa que tem necessidades e direitos, compreendendo que merece que eles sejam atendidos. Segue alguns direitos para exemplificar que limites são necessários, para que em nossas vidas caibam uma diversidade de funções, papeis e relações:

  • você tem direito a seus próprios pensamentos e opiniões;
  • você tem direito a seus próprios sentimentos em uma determinada situação;
  • você tem direito ao seu espaço;
  • você tem direito a ter seus próprios amigos e a buscar suas próprias atividades sociais;
  • você tem direito às suas próprias crenças espirituais.

Em nossa cultura, uma grande parte da população admira e valoriza pessoas que se esforçam e se dedicam a uma função e/ou atividades. Porém, não nos é ensinado, na maioria dos casos, a como conseguir equilibrar as diversas demandas e ainda assim, ter uma qualidade de vida. Os limites servem como proteção e prevenção para adoecimentos e exigem a prática de respeito e percepção de si e da relação com os outros.

Mas, porque estabelecer limites é tão importante?

Conhecer e estabelecer seus limites levam a uma prática de autocuidado, definem nossos papéis nos relacionamentos e criam parâmetros para saber o que esperar nos relacionamentos. Exigem que uma comunicação e compreensão aconteçam, potencializando a qualidade de suas relações e sensação de intimidade e pertencimento.

Sinais que indicam a necessidade de se estabelecer limites

Mas será que você realmente precisa exercitar os limites em sua vida? Seguem alguns itens que podem indicar que estabelecer limites em sua vida deve ser prioridade. Você se percebe desta forma?

  • – Sente-se sobrecarregado;
  • – Ressente-se com pessoas que pedem sua ajuda;
  • Evita telefonemas e interações com pessoas que, possivelmente, pedirão alguma coisa;
  • – Faz comentários sobre ajudar as pessoas e não receber nada em troca;
  • – Sente-se esgotado física e mentalmente;
  • – Frequentemente devaneia sobre abandonar tudo e desaparecer;
  • Não tem tempo para si mesmo.

Geralmente, as pessoas que não estabelecem limites sentem-se fatigadas, o humor fica mais instável e a disposição física e cognitiva diminuem. Sendo que negligenciar o autocuidado é a primeira coisa que acontece quando o desejo de ajudar os outros, ou ser independente e não decepcionar ou incomodar a outros supera tudo.

Como evitar que as pessoas desrespeitem seus limites

Para os outros respeitarem seus limites e até lhe ajudarem a estabelece-los, é necessário que você se comprometa consigo mesmo e se priorize. Tente comunicar suas expectativas e se assegurar que foi compreendido: a má comunicação faz com que o outro não realize suas responsabilidades. Não pressuponha que as pessoas entenderão o que você quer e precisa, descreva detalhadamente o que deseja e pode realizar.

Para evitar que tenha que flexibilizar seus limites, cumpra o que combinou, não excedendo suas funções. Acolha sua necessidade de compartilhar tarefas, pedir ajuda e delegar atividades como algo humano, natural.

Dicas para definir limites saudáveis

Pensando em desenvolver essa consciência e habilidade em definir limites e alcançar uma qualidade de vida maior, considere os itens abaixo, que podem lhe ser úteis:

1. Conheça seus limites

Defina claramente quais são seus limites intelectuais, emocionais, físicos e espirituais com estranhos, colegas de trabalho, amigos, familiares e parceiros íntimos. Examine experiências passadas em que sentiu desconforto, raiva, ressentimento ou frustração com um indivíduo. Pode ter sido porque seus limites foram ultrapassados, reflita sobre eles.

2. Seja assertivo

Criar e estabelecer limites é ótimo, mas é o acompanhamento que conta. A única maneira de realmente alertar os outros de que seus limites foram ultrapassados ​​é ser direto com eles. Ser assertivo, principalmente se você não está acostumado a fazer isso, pode ser assustador. Então comece pequeno e construa sua habilidade assertiva para tarefas maiores, exercitando o esclarecer de possíveis desencontros de compreensões nas relações.

3. A prática leva à perfeição

Quando você começa a agir de forma assertiva, se for um desvio do seu estado habitual, você pode ter medo de que os outros o percebam como mesquinho ou rude. Mas afirmar seus limites significa que você valoriza a si mesmo, suas necessidades e seus sentimentos mais do que os pensamentos e opiniões dos outros. Ser assertivo não significa que você é indelicado, significa apenas que você está sendo justo e honesto com eles, enquanto mantém sua paz, dignidade e autocuidado. Não informar a alguém que ele passou dos limites, só leva ao ressentimento do seu lado e confusão do lado dele. A única maneira de estabelecer limites melhores é praticar como dizer a alguém que ele ultrapassou os seus.

Se você se afirmou e deixou claro para outra pessoa que ela não está respeitando seus limites, não há problema em ignorar a relação a partir desse ponto. Lembre-se de seu próprio valor e que ninguém tem o direito de fazer você se sentir desconfortável ou tirar o espaço definido por você.

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Juliana Fitaroni

Juliana Fitaroni

Psicóloga, CRP 18/02964

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