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Por que amo tanto e não me sinto amado(a)?

Todos nós, seres humanos, temos o anseio de ser amado e cuidado. A necessidade de ser amado, é considerada uma das necessidades mais básicas e fundamentais da humanidade. Neste texto você vai entender um pouco mais sobre ela e ainda descobrir o que fazer para suprir esse anseio!

Uma das formas que essa necessidade se expressa é o desejo de ser abraçado e tocado, atos que trazem conforto. Os resultados dos estudos do psicólogo do desenvolvimento John Bowlby mostraram que bebês que eram privados de conforto de contato, principalmente durante os primeiros seis meses após o nascimento, crescem e sofrem danos psicológicos. Demonstrando que a qualidade das relações influencia diretamente em nossa qualidade de vida.

Você percebe essa necessidade de ser amado ou considerado pelas pessoas significativas de sua vida?

Para entender por que necessitamos de afeto e como aprendemos a recebê-lo e a compartilhá-lo passaremos pelos seguintes pontos:

— Necessidade de amor;

— Reconhecendo a si e suas relações;

— Para se sentir amado e amar;

— Uma transformação é necessária?

Necessidade de amor

Toda criança tem a necessidade de cuidados e zelo, pois não é autônoma e busca pela consideração positiva incondicional, o amor que as pessoas significativas têm por ela. Por ainda estar em desenvolvimento, as crianças dependem da mediação de outros para sobreviverem, necessitando de cuidados e atenção. É a partir de interações sociais que as crianças vão desenvolvendo habilidades de reconhecerem a si mesmo e a outros.

Ao se sentirem amadas e valoradas, as crianças se tornam mais livres para aprenderem e explorar os ambientes, se tornando mais saudáveis e sociáveis. Quando não percebem cuidadas, as crianças tentam garantir que o afeto e pertencimento venham, passando a focar, instintivamente, em como fazer para que amor seja merecido. Um exemplo disso é que quando a criança confia nos seus cuidadores, fica mais fácil de ela interagir com outras crianças que conheceu em um local até então novo, porque ela sabe quem é, que se precisar de ajuda com algo, seu responsável a auxiliará. Se a criança não se sente amada, ela pode duvidar de si mesma, se sentindo insegura para se apresentar e se relacionar com novos colegas, e a fuga de uma situação nova pode ser mais fácil do que o arriscar se decepcionar com novos amigos e pode não querer incomodar sua pessoa de referência.

O afeto experienciado e percebido durante o desenvolvimento infantojuvenil vai facilitando ou dificultando nossa construção da autoconfiança e autoestima. Então, o desenvolver do amor-próprio é reflexo das nossas experiências e relações ao longo da vida. Sempre estamos atualizando nossa autoimagem, porém se há a presença de afeto, é mais leve o se expressar e estar em relação com outros.

Reconhecendo a si e suas relações

Em nossa sociedade, ainda é difícil reconhecermos que receber amor e amar é uma característica humana, portando uma necessidade que deve ser cuidada e não considerada como banal. Para valorizarmos essa necessidade, seguem algumas reflexões que podem auxiliar em uma abertura para o se reconectar o afeto e pertencimento:

— Compreenda que a necessidade de amor e ser amado é algo humano. Tente perceber os sentimentos presentes em você e nas relações que estabelece. Estamos tão acostumados a explicar tudo, que nos esquecemos de olhar para nossas emoções em nosso dia a dia.

— Depois que começar a compreender suas emoções, tente perceber como os outros com quem se relaciona estão sentindo. Na dúvida, pergunte e converse com o outro sobre suas emoções, isso vai lhe ajudar a se conectar com o que é comum de suas experiências.

— Após reconhecer a si e a outros, perceba seu estilo de se comunicar e estabelecer relações. Você é uma pessoa que consegue se expressar facilmente? Com quem é mais fácil se relacionar? Como percebe o afeto de outros? Suas relações são duradouras?

Essas reflexões podem lhe ajudar a se reconhecer e a se abrir para perceber os sentimentos presentes em seu cotidiano e relações.

Para se sentir amado e amar

No livro (que também é um filme) “As Vantagens de Ser Invisível” (Stephen Chbosky, 1999) tem uma frase que pode nos auxiliar na reflexão de como damos e recebemos afeto: “A gente aceita o amor que acha que merece”. Nossa experiência interna é espelhada de volta para nós em nossos relacionamentos; portanto, a melhor coisa que você sempre pode fazer é encontrar o amor dentro de si.

Amar a si mesmo é um processo, temos que nos abrir para nos conhecermos e acolher nossas percepções, sensações, escolhas e esforços. A maioria de nós tem uma forma automática de se recriminar e se punir, tentando nos afastar do que trouxe desconforto ou uma sensação ruim. Mas, você sabe também ser gentil consigo? Sabe se acolher? Se elogiar? Se orgulhar de seus esforços?

Infelizmente, essa forma de autocuidado não é ensinada a maioria de nós. Por isso, aqui vão dicas para começar a se amar, para depois se abrir mais para receber afeto:

— Ao ler livros ou ver séries ou filmes, perceba como os personagens se sentem, erram e se transformam, ou seja, perceba outras formas de serem humanos.

— Perceba e se relacione com pessoas que lhe valorizam. Aceite os elogios de outros, acolha a percepção do outro e reflita se percebe essa característica em você;

— Quando perceber se julgando internamente, mude para reconhecer a realidade e suas intenções, tente se reconhecer com palavras mais agradáveis ​​e gentis;

Você pode querer se sentir completamente valorado e aceito em seus relacionamentos, mas a verdade é que não temos como controlar como as outras pessoas vão se sentir em relação a você. Porém, se tivermos amor-próprio, não dependeremos de outros para nos sentirmos bem com a vida e conosco. Assim, as relações nos complementarão e não definirão quem somos, ganhando uma característica de leveza. E ainda tem uma grande vantagem nisso: as pessoas são mais atraídas por pessoas que são felizes, confiantes e sabem quem são.

Uma transformação é necessária?

Para se sentir amado, é necessário iniciar uma mudança que começa dentro de você. Se conheça e trate a si mesmo da maneira que gostaria de ser tratado pelos outros. O amor é como a metáfora da máscara de oxigênio no avião, que em caso de emergência é disponibilizada. Você precisa colocá-la primeiro em você para poder estar bem para auxiliar a outros.

O amor, tanto para amar ou ser amado, exige cuidado, comunicação e esforços contínuos. É desafiador se libertar dos padrões estabelecidos em nossas relações, porém quanto mais ansiamos por relações profundas, mais motivados estaremos para encontrá-la e desenvolvê-las. Esse processo pode ser mais fácil se facilitado por uma ajuda profissional, uma consulta psicológica pode ajudar a criar formas de receber e dar afeto. Se quiser conversar com uma psicóloga da nossa equipe, é só clicar nesse link.

Estamos juntos!

Juliana Fitaroni

Juliana Fitaroni

Psicóloga, CRP 18/02964

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