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Psicologia e organização financeira

Você sabia que a forma como lidamos com nossas finanças pode ter origem na forma como interagimos com nossos problemas e questões emocionais? Quantas vezes você já comprou algo que não precisava realmente e se deixou levar pelo impulso, só para se sentir melhor em uma determinada situação? Pois é, nossas emoções estão envolvidas em nosso processo de compra e de venda, entre outras decisões financeiras que tomamos na vida. Por isso, apresentarei neste blog algumas questões que podem ajudar você a entender como a psicologia pode contribuir na sua vida financeira.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em 2020, 48% dos brasileiros não controlam o próprio orçamento e 8 em cada 10 inadimplentes sofrem impacto emocional negativo por conta das dívidas. Esses números são impactantes e, por isso, precisamos pensar em uma saída para mudar esta realidade.

A forma como lidamos com nosso dinheiro é algo bem complexo e envolve múltiplas causas, então, caso você esteja vivendo uma situação assim, não deixe de considerar a possibilidade de procurar uma ajuda profissional. Ela poderá te ajudar a avaliar e identificar melhor o seu contexto. Neste blog você saberá como um psicólogo pode ajudá-lo a contribuir com a retomada da organização financeira.

Para isso vamos passar pelos seguintes pontos:

– O que pode causar o descontrole financeiro?

– Como a Psicologia pode ajudar na sua vida financeira?

– Como encontrar o equilíbrio entre saúde mental e dinheiro?

O que pode causar o descontrole financeiro?

Não sei se você já viveu essa experiência, mas é bem comum vivermos a vida sonhando com a realização de projetos e carreiras que foram idealizados por nós. E dentro deles está contido o grande desejo de conquistar uma vida financeira estável e manter o equilíbrio entre a vida financeira e emocional. Afinal, quem não gostaria de conseguir, com os rendimentos, pagar todas as contas, investir no futuro e ainda poupar dinheiro para alcançar todos os objetivos futuros? A questão é que, na realidade, conseguir esse equilíbrio não é algo tão simples assim, porque muitas vezes não conseguimos gerenciar todas as variáveis que envolvem as questões financeiras de uma forma exemplar.

Atualmente estamos vivendo uma crise financeira no Brasil e, segundo os dados do IBGE (Março, 2021), 14,8 milhões de pessoas estão procurando emprego. Quando vivemos uma situação assim, não temos como organizar nossas finanças e nem manter as nossas contas em dia. Neste caso, nem podemos dizer que existe uma falta de organização financeira, não é mesmo? Então, neste texto refletiremos sobre uma outra preocupação. Pensaremos sobre aqueles gastos que realizamos sem necessidade.

Está crescendo, cada vez mais, o número de pessoas que se endividam, em geral, por comprar coisas das quais não necessitam: um vestido que você tanto sonhou, uma bolsa que acabou de ver na vitrine, um presente que é a cara de um amigo ou parente, um jantar em um bom restaurante. Deixar-se levar, descontroladamente, pela ânsia de comprar, além de gerar dificuldades financeiras, pode nos levar a sentir tristeza, angústia, ansiedade e depressão.

Bem! A verdade é que independente da resposta encontrada o ato de comprar vem sempre acompanhado de uma sensação momentânea de euforia, alívio e felicidade. O problema é que logo esta conta baterá em nossa porta e a falta do dinheiro para quitá-la abrirá as portas para o sentimento de culpa e remorso, por reconhecer, mais uma vez, que não conseguiremos achar saídas mágicas para nossa realidade.

Lidar com todas essas emoções, ao mesmo, tempo não é nada fácil, não é? E isso pode se tornar um círculo vicioso. Quer saber como? O sentimento de culpa pode se transformar em vazio existencial e então para nos sentirmos melhor, podemos nos envolver em um novo ciclo de compras, gastamos mais dinheiro, sentimos o prazer por comprar e assim sucessivamente. Sabem onde isso pode dar? Em nos sentirmos totalmente incapazes de cuidar de nós mesmos e de nossa vida financeira.

Se você está passando por isso, ou conhece alguém que tem essa relação com o dinheiro, saiba que é possível transformar essa realidade, sim, e vamos refletir agora sobre como a psicologia pode contribuir na sua reorganização financeira.

Como a Psicologia pode ajudá-lo na sua vida financeira

Até aqui reconhecemos como interagimos com o dinheiro quando nossas atitudes expressam descontrole emocional, identificamos nossas emoções e localizamos o conflito. O fato de sabermos que temos um problema é o primeiro passo para nossa transformação, pois a partir disso podemos encarar a realidade e assim nos abrirmos para o processo de mudança.

Neste momento, é possível que você pense que mudar é algo muito difícil de ser realizado na prática. E isso é verdade! Pois tudo indica que as suas atitudes com o dinheiro não são algo novo. Tudo indica que esse ciclo vem se consolidando há muito tempo. E é por isso que precisamos compreender que esse processo envolve um intenso esforço, atenção, foco e autoconhecimento.

Então, esses elementos podem ajudar:

1. Perceber e aceitar a sua dificuldade em lidar com as finanças: Aqui encontramos com as nossas fraquezas. Precisamos aceitar que estamos com dificuldade na nossa relação com o dinheiro e precisamos reconhecer essa vulnerabilidade. Reconhecer nossas fragilidades é a etapa mais difícil do processo, já que para isso precisaremos assumir nossos sentimentos desagradáveis e interagir com a nossa atual incapacidade de gerenciar as nossas impulsividades, entre outros.

2. Encontrar saídas para transformar essa realidade: Esta é a parte da coragem. Depois que sentimos a necessidade de transformar nosso jeito de lidar com as finanças, começamos a procurar, a todo custo, diferentes formas de transformar essa realidade. Vamos precisar começar pelo nosso autoconhecimento, aceitar quem somos, interagir com nossas emoções e assim encontrar novas formas de lidar com as dificuldades financeiras. Iniciamos pelo reconhecimento das habilidades que temos e elencamos aquelas que precisaremos desenvolver. E quando identificarmos as habilidades a serem desenvolvidas, precisaremos aprender também sobre planejamento financeiro, noções sobre investimento, economia, entre outros.

3. Efetivar a nova aprendizagem: Essa é a parte da confiança, momento de utilizar as novas aprendizagens na nossa vida financeira. Reconhecendo que, como todo processo de mudança, é preciso aprender a lidar com as inseguranças, receios e os desafios do processo.

Como encontrar o equilíbrio entre saúde mental e dinheiro.

Após começarmos o processo de mudança, precisaremos encontrar o equilíbrio entre a nossa saúde mental e a forma que interagimos com nossa questão financeira. Somos seres em constante processo de desenvolvimento, isso quer dizer que nos transformamos em cada experiência. A cada situação nova descobrimos mais sobre quem somos e por isso podemos encontrar novos desafios ao longo do processo. A vida nos convida a olharmos constantemente para nosso crescimento e nos dá a oportunidade de desenvolver novas atitudes diante de cada fase do processo. Quanto mais conseguirmos estar atentos ao nosso processo e aos desafios, mais possibilidade de encontrarmos o equilíbrio. E para que este desenvolvimento aconteça, vou refletir sobre alguns pontos que consideramos importante:

1. Encare cada nova experiência que envolva sua vida financeira como uma nova oportunidade de aprendizagem e superação.

2. Reconheça suas emoções, elas nos ajudam a identificar quando estamos ou não no caminho. Assim conseguiremos localizar quais atitudes não combinam mais conosco e quais precisam ser atualizadas. Tenha coragem!

3. Comunique-se com as pessoas envolvidas. Expresse seus sentimentos para as pessoas ao seu redor, falar sobre as dificuldades e emoções ajudam a elaborar novas formas de lidar com as adversidades. Conte também com profissionais da área que possam contribuir para seu desenvolvimento e equilíbrio entre saúde mental e finanças. Acredite, as relações são fundamentais nesse processo, você pode aprender a olhar por uma perspectiva bem diferente da que já conhece.

Esse é um processo que requer abertura, disponibilidade e envolve desafios. Então, lembre-se, se precisar de ajuda para lidar com a sua vida financeira, uma relação profissional facilitadora pode ajudar e você pode encontrá-la em consultas psicológicas. Se quiser saber mais sobre isso, clique aqui e fale com uma das nossas psicólogas.

Obrigada por acompanhar até aqui! Estaremos juntos nesse processo de busca pela sua realização!

Elizabeth Mönster

Elizabeth Mönster

Psicóloga, CRP 12/09710

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