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Esgotado emocionalmente? Como lidar com essas sensações

Você se sente sobrecarregado? Tem muitas demandas da vida que não sabe por onde começar e nem se sente com energia para dar conta de tudo? Você não está sozinho! Compreender de onde vem este peso e aprender a lidar com o que tudo isso gera de impotência e oscilação emocional é o que vamos lhe apresentar neste texto! Te convido a acompanhar estas reflexões!

Ao longo deste artigo você vai encontrar:

  • O que é o esgotamento emocional?
  • O que leva à exaustão emocional e como identificar os seus sinais?
  • Quais as estratégias que podem nos ajudar a superar e a lidar com a exaustão emocional?

Nos últimos anos, nossa sociedade observou um aumento na exigência da produtividade que está vinculada à mudança de estilo de vida e aos recursos tecnológicos e, sem grande surpresa, a maioria das pessoas está relatando que essas questões são sua principal fonte de estresse. O Brasil é um dos países com maior índice de pessoas que sofrem de sintomas de estresse (Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse-Brasil, 2021), sendo que isso é uma manifestação de sinais que indicam o início de uma sensação de sobrecarga, pois, com a tecnologia mediando as relações em geral, praticamente todas as áreas da vida precisam ser gerenciadas de uma vez só.

Esgotamento emocional: o que é?

O estado de cansaço emocional ocorre quando achamos que não temos recursos para atender às demandas que nos são apresentadas no cotidiano. A vida moderna nos inunda com estímulos, informações, conectividade social e escolhas. Se percebermos que temos muitas tarefas a serem feitas e recursos insuficientes para fazê-las, nos sentiremos sobrecarregados emocionalmente e, como consequência, podem surgir expressões de exaustão no nosso corpo e nas emoções, como irritabilidade, cansaço físico, falta de motivação que, em níveis intensos, podem acarretar perda de concentração e falta de energia para realizar as suas atividades diárias. Como identificar se é isso que está sentindo?

Sinais de esgotamento emocional:

Já que o cansaço emocional se apresenta de forma singular, vou indicar alguns itens que podem fazê-lo perceber se é isso o que está vivenciando

1) Alterações de humor:

Você tem se sentido mais sensível nas suas relações, sem ter um motivo específico para isso? Sabe aquela sensação de que nem você está se suportando, que percebe que fica irritado ou mais abalado? As alterações de humor constantes e ampliadas para questões simples podem indicar essa percepção de esgotamento emocional.

2) Imunidade baixa:

Quando nos sentimos sobrecarregados, nossa imunidade baixa e as gripes, enxaquecas, problemas digestivos, alergias, entre outros, começam a aparecer com mais frequência do que em outros momentos anteriores.

3) Dificuldade de concentração, falta de memória repentina:

Com o esgotamento emocional, nosso organismo começa a funcionar limitando sua energia, por isso fica mais difícil aprender e reter informações, nossa cognição fica mais lentificada.

4) Falta de vontade em realizar atividades que antes lhe eram prazerosas:

O cansaço do corpo e o esgotamento das emoções podem trazer um desânimo em realizar atividades anteriormente restauradoras, o mal-estar faz com que a perspectiva de prazer ou diversão não seja tão atraente assim.

5) Oscilação de peso:

O ganho ou perda de peso sem modificar sua rotina podem indicar uma mudança na sua forma de enfrentar as adversidades, pois existem pessoas que não conseguem ter fome ou engolir alimentos em estado de mal-estar, já outras compensam os desconfortos sentidos com o prazer imediato que a comida proporciona.

6) Bruxismo ou dores musculares:

A tensão muscular pode causar dores, pois o corpo se expressa em modo de alerta, de modo defensivo à realidade desconfortável. Isso acontece de forma involuntária, porém podem acarretar problemas na postura, no sono e no mastigar.

7) Alteração no sono:

O sono nos auxilia na restauração de nosso organismo, sendo essencial para o funcionamento do nosso corpo. O esgotamento emocional pode gerar alteração no ciclo de nosso descanso, causando muita vontade de dormir, por mais que tenha tido horas suficientes de descanso, ou insônia, quando se diminui ou se altera o ciclo de descanso. A modificação no padrão de descanso pode influenciar também na baixa imunidade, dores musculares, oscilações de humor e de peso.

Jeitos de ser que podem levar ao esgotamento mental

Será que você se identificou com os sinais acima? Vamos refletir um pouco mais sobre seu jeito de se relacionar consigo mesmo, com a realidade e com os outros, porque nosso jeito de reagir ao nosso dia a dia pode nos levar à exaustão emocional. Pessoas muito exigentes consigo mesmas, que se esforçam em demasia em tudo, podem não se contentar com o que poderia ser considerado suficiente e consomem mais energia física e psíquica do que a necessária para a atividade. A percepção de que precisam se sentir competentes faz com que o foco na atividade às vezes impeça a pessoa de manter um equilíbrio em outras áreas da vida.

O não colocar limites e o emendar tarefas faz com que não se tenha tempo de se organizar antes de ir para a próxima atividade. As atividades de estudo, trabalho, lazer e relacionamentos interpessoais ficaram muito vinculadas à tecnologia e seus dispositivos, aos celulares e computadores. Você notou que a mudança dos locais e momentos das atividades, que eram separadas pelo tempo de deslocamento, tinham espaços para intervalos, a hora do cafezinho, conversas aleatórias e trocas já não existem mais? Esses períodos de transição nos ajudam a nos prepararmos, separando momentos de respiro e para nos dar fôlego para dar sequência às nossas obrigações. Aqui piorou com a pandemia, né?

Um jeito defensivo ou agressivo de se comunicar pode causar distanciamento das pessoas, gerando assim isolamento. A sensação de solidão pode proporcionar mal-estar, pois muitas vezes sozinhos não conseguimos ressignificar experiências, desabafar os problemas e rir do que se passa em nossa vida, ainda que seja repleta de desafios. Somos seres relacionais, o contato humano é fundamental para uma sensação de pertencimento no mundo.

Todos esses jeitos de ser geralmente são automáticos e reativos diante das percepções da realidade. Mas como modificar seu modo de se comportar e se relacionar?

Como lidar com o esgotamento emocional

É necessário destacar que ninguém se sobrecarrega voluntariamente e muitas das vezes só vamos perceber que não estamos bem emocionalmente quando já estamos convivendo com os sinais da exaustão emocional, nos percebendo sem condições de sozinhos alterarmos essa forma de viver que não está boa.

Todavia, existem pequenas ações que podem fazer diferença para enfrentar o dia a dia exaustivo. O esgotamento emocional sinaliza que algo não está bem, portanto, se fazem necessárias mudanças e reorganizações no modo de viver. Para lidar com essa sensação, ajuda se iniciarmos algumas ações, como colocar limites a nós mesmos e aos outros, se organizar redefinindo prioridades, compreendendo o que faz sentido para você. Desta forma, transforma-se a sensação de impotência em ação.

Sair do automático exige conhecimento e reflexão sobre suas escolhas e que sentido quer dar à sua existência. Perceber as exigências e compreender sua forma de tentar sobreviver ou ser bem-sucedido, demanda mudança de foco, ao invés de autocobranças, mudar para um acolhimento de seus esforços e limitações.

As emoções falam e se expressam de maneiras diferentes, devemos escutá-las. Espaços de fala e de escuta facilitam o desenvolver de estratégias de enfrentamento pessoal que minimizem a sensação de pressão emocional, nos faz ampliar a percepção que temos das dificuldades, a não se sentir sozinho e agindo diante dos incômodos vividos.

Você com certeza percebeu a complexidade das experiências envolvidas no chegar ao esgotamento emocional e como lidar com ela. Então, não hesite em contar com a ajuda psicológica que estiver ao seu alcance. Se desejar conversar com uma das psicólogas da nossa equipe para saber como a Psicologia pode ajudar, clique aqui. Você não precisa viver este processo sem companhia, sozinho!

Juliana Fitaroni

Juliana Fitaroni

Psicóloga, CRP 18/02964

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