O pânico, aquele sentimento de pavor repentino que pode deixar uma pessoa em verdadeiro desespero, tão comum nos filmes de terror, tem invadido os cenários de saúde mental. Estou falando das crises de pânico, fonte de muitas dúvidas e confusões que precisam ser esclarecidas, e é o que vamos fazer agora!
Entre as perguntas mais frequentes estão:
- – Quais são os sintomas da crise de pânico?
- – Qual a diferença entre ansiedade, crise de pânico, síndrome de pânico e o transtorno de pânico?
- – O que é possível fazer diante de uma crise?
Todas essas dúvidas e tantas outras representam a urgência das pessoas em identificar o que é o desconforto que estão sentindo e, principalmente, o que precisam fazer para não o sentir mais.
Então, a primeira coisa que precisa ser dita é: se você está lendo esse artigo porque não está se sentindo bem, saiba que você não precisa estar sozinho(a) na descoberta do que está acontecendo com você. Há profissionais da Psicologia que podem te ajudar a compreender se você precisa da ajuda profissional. Se quiser falar com um profissional agora clique aqui.
Dito isso, podemos voltar às perguntas e respostas sobre a crise de pânico. Sua principal característica é que ela é repentina. Chega sem avisar e com uma intensidade tal que traz a sensação aguda de morte iminente. E geralmente vem acompanhada de sensações físicas como palpitação, dor do peito, na cabeça, tontura, suor excessivo e tremor, é muito comum que a crise de pânico seja confundida com algum problema no coração ou um acidente vascular cerebral (AVC).
Como identificar uma crise de pânico?
A crise de pânico ou ataque de pânico, como muitas vezes é chamada, atinge seu auge em poucos minutos e seus sintomas começam a aliviar em torno de 20 minutos depois do seu início. É claro que é recomendado que você vá ao médico para descartar o risco de adoecimentos cardíacos ou outras alterações de saúde. Mas, descartada essa possibilidade, a crise de pânico volta ao centro da atenção e precisa de acompanhamento de profissionais da saúde mental para ser compreendida e encarada.
Isto porque ela pode vir acompanhada de crises subsequentes e desencadear reações restritivas como medo de ter outras crises e comportamentos de reclusão, como falta de vontade de sair de casa, por exemplo.
Então, observe estes sintomas:
- – Coração acelerado ou batendo forte;
- – Suor;
- – Tremores, sejam eles visíveis ou apenas um temor interno;
- – Falta de ar;
- – Sensação de desmaio;
- – Enjôo ou desconforto abdominal;
- – Formigamentos nos braços ou pernas;
- – Dor ou desconforto no peito;
- – Calafrios e sensação de calor;
- – Sentimentos de irrealidade;
- – Despersonalização (sensação de estar fora do ar);
- – Medo de perder o controle ou enlouquecer;
- – Medo de morrer.
As convenções de saúde mental apontam que se ao menos 4 desses sintomas aparecerem concomitantemente e sem um motivo aparente, pode ser um sinal de crise de pânico.
Qual a diferença entre ansiedade e crise de pânico, síndrome de pânico e transtorno de pânico?
Se você leu os sintomas anteriores e achou tudo muito parecido com uma crise de ansiedade, em parte você não se enganou. A crise de pânico é um tipo de reação ansiosa, que envolve os mesmos mecanismos metabólicos. Porém a crise de pânico costuma se destacar pela sua intensidade e alto potencial de transformar-se em um transtorno de pânico. Nossa quantos nomes não é? Vou explicar melhor.
Um dos episódios de crise de pânico que mais surpreendem é o que vem durante o sono. Em meio a uma noite de sono comum a pessoa acorda com aquela sensação de desespero como se seu corpo estivesse em verdadeiro colapso. Natural que a pessoa vá ao hospital, mas quando se trata de uma crise de pânico os médicos não encontram nenhuma causa orgânica para as reações.
Agora imaginem a sensação de confusão, há minutos a pessoa tinha certeza que poderia morrer a qualquer momento e agora recebe a notícia de que aquela reação toda é um processo psicológico. É muito frequente que a falta de compreensão do que está acontecendo desperte um medo intenso de ter outras crises, o que infelizmente pode contribuir para que novas crises apareçam iniciando um ciclo de crises subsequentes intercaladas pelo receio de ter novas crises. Quando isso acontece, podemos dizer que esse é um quadro de transtorno de pânico ou síndrome de pânico como era chamada há algum tempo atrás.
O medo de novas crises pode se tornar tão intenso que as pessoas podem começar a fazer escolhas de isolamento, sem perceber. Passar a achar melhor pedir algo em casa para não precisar ir à rua, sentir que é melhor que os lugares não estejam cheios de pessoas para poder frequentá-lo, por exemplo. São sinais de alerta que significam que as dificuldades psicológicas estão afetando a funcionalidade da vida, então a necessidade de ajuda é urgente.
Mas independentemente da fase em que você se encontre: se sente ansiedade com frequência, se já teve algum episódio de crise de pânico, se tem crises com frequência ou se já está em um quadro tão avançado que tem medo de sair de casa, você pode estar precisando de ajuda psicológica.
4 possibilidades do que fazer diante de uma crise
1. Quando a crise chega pela primeira vez, a recomendação é que se procure um médico. Descartada a possibilidade de uma alteração física de saúde, o recomendado é que a pessoa seja acompanhada por uma equipe de saúde mental. O acompanhamento psiquiátrico que oferece as intervenções medicamentosas quando necessário e o acompanhamento psicológico, que promove uma ampliação de compreensão da pessoa sobre si mesma, suas crises e dificuldades emocionais, relacionais, facilitando o desenvolvimento de recursos para o enfrentamento dessas dificuldades.
2. Diante de uma crise, a pessoa precisa de um local reservado, o mais aconchegante possível, onde possa interagir com suas sensações e encontrar seus próprios pensamentos, ações e sentimentos que ajudem a restabelecer o equilíbrio do organismo.
3. Isso quer dizer que as pessoas que querem ajudar nessa hora, saibam que dizer frases prontas como: “acalme-se” ou “controle-se”, não ajuda! Mesmo que seja com a melhor das intenções. Então, se você quer mesmo ajudar, fique à disposição, ouça, ofereça sua presença, um local e aconchego. Se essa não é a primeira crise, conversas com as pessoas que você se relaciona podem ajudar a criar uma rede de apoio.
4. Durante a crise, a respiração profunda e pausada pode ajudar muito. Assim como encontrar o tipo de pensamento que faz você se sentir seguro para passar por aqueles minutos de crise até que seu corpo se compensa. Porque uma coisa é certa, ele vai se ajustar logo!
Se você identificou que pode estar com algum transtorno de ansiedade ou que está tendo ou já teve crises de Pânico, desejamos que esse artigo tenha ajudado você a reconhecer que não precisa estar só!
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