“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.”
Rosa Luxemburgo
Estamos vivendo um momento fértil de transformações na história dos direitos humanos, com muitas iniciativas globais em busca da equidade entre mulheres e homens. Sabe por que usamos equidade e não igualdade? Porque igualdade nos direitos e deveres não nos dá as mesmas condições de vida. É isso mesmo! Hoje sabemos que somos muito diferentes entre nós e que essas diferenças, sejam elas físicas, psicológicas, emocionais precisam ser respeitadas na sua singularidade se quisermos garantir a todos os mesmos direitos.
Talvez a imagem que mais represente sobre o que estamos falando é essa:
De uma maneira figurativa e simples, essa ilustração nos ajuda a compreender que condições literalmente iguais fariam com que tanto mulheres quanto homens precisassem se encaixar em padronizações gerais, abrindo mão de características pessoais e únicas. Então, o que precisamos são de condições plurais que garantam direitos equivalentes à diversidade de características humanas.
Essa é uma das discussões mais importantes do nosso momento histórico, quando o assunto são os direitos humanos. Mas além do cenário da justiça, também temos transformações culturais e novas compreensões acontecendo. As iniciativas e movimentos são muitos.
Vamos surfar a onda das perspectivas diferentes e convidar vocês a descobrir mais sobre a potencialidade feminina. Que características são essas que as mulheres têm? Como perceber e desenvolver a potência feminina independente do seu corpo ou das suas condições relacionais, sociais ou econômicas?
O que faz o gene xx e como ir além dele?
xx é a representatividade do material genético feminino. Uma genética que cria um sistema reprodutor capaz de gestar e amamentar. Mas além das características morfológicas, a história de construção social atribuiu às mulheres algumas características subjetivas tais como sensibilidade, amorosidade e delicadeza. Há ainda aquelas características que também foram fruto da história social e que permaneceram ocultas ao longo do tempo.
Pois bem! hoje já rompemos algumas barreiras entre o masculino e o feminino com a realidade Trans e todas as outras possibilidades de configuração de gênero, sexo e identidade, inclusive as pessoas que não fazem parte de uma composição binária, representados pelo sigla LGBTQIAP+. Ainda há muito o que desenvolver, como dissemos antes, mas independentemente do corpo ou identidade que habite, é um fato que muitas características historicamente femininas ficaram embaixo do tapete ao longo da história da civilização. Nos referimos principalmente àquelas características que são sinônimo de potência e poder. Vamos explorar algumas delas?
O que é a astúcia e como desenvolvê-la?
“Habilidade para não se deixar enganar; esperteza, sagacidade”.
A astúcia é aquela característica que nos leva a não ser enganadas facilmente. Aquela visão que vai além das aparências e que algumas configurações cerebrais e de personalidade desenvolvem naturalmente, enquanto outras pessoas precisam aprender com a experiência. Uma característica comum em pessoas que driblam as enrascadas e fazem escolhas assertivas.
E sabe por que esta é uma característica atribuída ao feminino? Bem, essa história vem de antes da nossa civilização. Podemos dizer que é quase um instinto de preservação que as mães usavam para proteger suas crias, como distrair um predador enquanto escondia sua cria na sombra de uma caverna para passar despercebida. O poder de ver o que não se vê e, até mesmo, o poder de deixar ver o que os outros querem ver para que o que é mais precioso possa ficar protegido. Este é um poder que não precisa de força física ou reconhecimento social para ser exercido.
É claro que é uma característica que pode ser usada para manipulação e uso de outras pessoas, como é o caso de pessoas que exercem funções sociais de poder e poucas vezes estão sob as luzes dos holofotes. Mas quando aliada à ética e ao respeito mútuo, a astúcia é capaz de abrir caminhos para o desenvolvimento pessoal com originalidade e criatividade.
Então, por onde anda sua astúcia? Vamos acordá-la?
Para isso você vai precisar ir além do hábito de querer corresponder ao que as pessoas esperam de você.
Reconheça nas suas sensações se a pessoa com quem você está construindo todos os dias realmente lhe traz realização pessoal. Mas não confunda realização com sensação de conforto, nem com reconhecimento. Por realização pessoal estamos nos referindo ao processo de exercício constante das potencialidades humanas, a partir do qual as pessoas podem se tornar cada vez mais complexas.
Se a resposta for não ou se for parcial, então experimente perceber suas sensações com mais detalhes. Não tenha pressa! Aproxime-se do que realmente faz você sentir inteireza e plenitude. Isso vai aproximar você do seu caminho de realização pessoal.
Agora você pode usar sua astúcia. Mas atenção, o confronto direto e inflamado pela cólera é um veneno para a astúcia. Mesmo que a visão das pessoas sobre você seja desagradável, deixe-as pensarem o que quiserem sobre você e caminhe sem parar até encontrar o seu espaço de realização pessoal.
Nada como poder dizer como Chapolin Colorado: “Não contavam com minha astúcia!” Não é mesmo?
Descubra o poder da Intuição
“Capacidade de entender, identificar ou pressupor coisas que não dependem de um conhecimento empírico, de conceitos racionais ou de uma avaliação mais específica. Conhecimento claro, direto ou imediato, da verdade sem o auxílio do raciocínio.”
Enquanto você caminha rumo ao seu processo de realização pessoal, a intuição pode ser de uma ajuda e tanto. Essa que também foi historicamente associada ao feminino, ganhou uma conotação espiritual e até religiosa. No entanto, a intuição extrapola o conhecimento ou a captação isolada de cada um dos órgãos dos sentidos e chega à uma sensação completa da experiência.
A surpresa quando você experimenta o emaranhado da experiência como um todo é que ela proporciona um poder figurativo semelhante à uma bola de cristal. Na qual você consegue inclusive antecipar alguns processos dessa trama.
Não quer dizer que você vá prever o futuro, mas possivelmente perceberá o fluxo pelo qual a experiência está fluindo. Semelhante ao percurso de um rio. Caminhar com a intuição ativa e a astúcia ligada pode proporcionar um poder pessoal profundo e intenso, capaz de desenvolver um novo jeito de caminhar pela vida.
O poder caracteristicamente feminino e explorado por muitas mulheres pouco conhecidas na história, como xamãs e curandeiras é uma fonte acessível para qualquer pessoa que percorra o caminho de descoberta do seu poder de se transformar no que desejar ser. E para se completar ele precisa apenas de mais um elemento: a sabedoria.
Poder com sabedoria
“Sabedoria: conhecimento adquirido pela experiência, em que há ou demonstra sensatez, reflexão.”
Como todo tipo de poder, a intuição e a astúcia precisam de uma sabedoria relacional capaz de compreender diferentes pontos de vista e limites pessoais. O poder pessoal, como seu próprio nome revela, não diz respeito a ninguém além de si mesmo e entende que qualquer dificuldade encontrada nas relações é fruto de distorções perceptivas das quais se pode desviar ou anular o poder que exercem.
A intuição leva à compreensão do todo, a astúcia leva a caminhar por entre os perigos e a sabedoria garante que as escolhas venham da experiência. Essas atitudes levam a um novo jeito de se relacionar com a vida com base em si mesma. Esta é a possibilidade de construir um jeito de viver autêntico.
Eis o poder feminino que se manteve vivo na história, mas escondido entre as sabedorias e conhecimentos ocultos e que hoje encontra solo fértil para se revelar para todos!
Se você deseja acordar seu poder pessoal e desenvolvê-lo, conte conosco!
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