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Competências socioemocionais: seu passaporte para o futuro

Você já contou quantas palavras precisou incluir no seu vocabulário nos últimos tempos? Se você está cada vez mais interessado em entender e conversar sobre carros autônomos, robótica avançada, impressão 3D, inteligência artificial, algoritmos, isso pode significar que você chegou na quarta revolução industrial e que os desafios do futuro agora são seus também.

As transformações impactam não apenas os recursos que passaram e ainda passarão a fazer parte do nosso dia a dia. Elas atingem, principalmente, o nosso jeito de viver. Isso significa que podemos dizer, com convicção: abandone zonas de conforto e desenvolva sua habilidade de aprender a aprender! Faça isso assim que possível e de forma continuada.

Para todos os lados que olhamos, as principais pesquisas e relatórios sobre desenvolvimento humano e econômico indicam mudanças exponenciais aceleradas e irreversíveis. O Fórum Econômico Mundial de 2019, que reúne os principais representantes do desenvolvimento econômico mundial, enfatizou o eixo “futuro do trabalho” como um dos temas principais. E sabe qual o principal foco desse eixo? As habilidades e competências humanas que precisamos desenvolver para viver no futuro. E todos são unânimes em dizer que: “a única certeza que temos é a mudança”.

Vejam que curioso! Esta foi a frase que Heráclito (filósofo pré-socrático) disse em 500 a.c. Parece que mais de 2.500 anos depois, ainda temos muito o que aprender com as mudanças. Afinal, não tem como desconsiderar o fato de que:

• A revolução industrial 4.0 está automatizando todo e qualquer trabalho operacional que era exclusivamente humano (WEF);

• A humanidade está sendo desafiada a desenvolver competências e habilidades exclusivamente humanas. Nunca ouvimos falar tanto em habilidades socioemocionais (ONU, UNESCO);

• As pessoas têm plenas condições para desenvolver suas potencialidades e que existem condições relacionais favoráveis ao crescimento. Hoje não duvidamos mais de que atitudes como consideração, empatia e autenticidade, são necessárias à realização pessoal e profissional, apesar de não serem suficientes (ROGERS).

Isso mesmo! É provável que a pessoa humana e a tecnologia estejam vivendo em uma grande zona de convergência. É possível que tenha chegado o momento de juntarmos os esforços e avanços das ciências sociais e humanas com os esforços e avanços da tecnologia. Os desafios são muitos, é claro, mas a integração das áreas nunca foi uma realidade tão abrangente.

E se isso for um fato, será importante investir em uma formação que prepare a pessoa humana para viver a vida que o futuro nos reserva. Isso explica o motivo pelo qual a UNESCO tem incentivado uma educação integral, que ensine os conhecimentos convencionais integrados ao desenvolvimento das competências socioemocionais.

Está mais claro do que nunca que não adianta acumular conhecimentos. Eles se tornam obsoletos muito rápido. E para estarmos sempre em dia com os Hard Skills (habilidades técnicas), a principal competência que precisamos desenvolver é a life long learnig (aprendizagem por toda a vida).

É! Isso nos leva a acreditar que a educação não é mais aquela em que alguém que sabe ensina para quem não sabe. Estamos todos, literalmente, no mesmo barco. Ensinamos enquanto aprendemos. Aprendemos enquanto ensinamos.

Nosso desafio é global: em todas as culturas, idades e condições socioeconômicas precisamos desenvolver as Soft Skills (aquelas competências que dizem respeito ao jeito de ser da pessoa) como as habilidades socioemocionais sugeridas pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Veja quais são e como podemos desenvolvê-las:

Autoconsciência: Perceba e identifique suas emoções. Elas podem ser um guia para reconhecer suas características pessoais. Tanto aquelas em que você já se considera habilidoso, quanto aquelas que precisam ser aprimoradas. Assim você pode desenvolver sua autoconfiança e autoeficácia;

Consciência social: Compreenda que cada pessoa percebe a realidade por uma perspectiva diferente. Este é o primeiro passo para desenvolver empatia e se beneficiar da riqueza da diversidade. O respeito pela identidade das pessoas constrói relações sociais conscientes;

Autogerenciamento: Aprenda a reconhecer quando você age de forma impulsiva. Você pode reconhecer possíveis distorções de percepção e antecipar comportamentos destrutivos, tanto em relação a você quanto aos outros. Mesmo diante das reações orgânicas do estresse, é possível administrá-lo. Desenhe seus objetivos e alinhe sua organização com um planejamento de vida real e viável. Esse processo pode ajudá-lo a manter-se automotivado;

Habilidades relacionais: Comunique-se de forma clara e objetiva sempre que possível. E se estiver em dúvida, comunique a dúvida. Essas atitudes podem contribuir para a construção e manutenção de relações. Uma comunicação de qualidade, aliada ao interesse pelo outro, podem produzir engajamento social. Aprenda também a trabalhar em grupo. A associação de ideias e iniciativas podem promover crescimento mútuo;

Tomada de decisão responsável: Identifique os desafios da sua realidade. Será preciso refletir sobre as situações que você vive para visualizar soluções eficazes para os problemas. Avalie as consequências e reconheça se é possível gerenciá-las com responsabilidade e ética.

Essas competências socioemocionais são alguns dos principais atributos que os empregadores procuram na hora de contratar (Dados do Linkedin, 2019). E essas habilidades vão além do contexto do trabalho e da educação, são indispensáveis em todos os setores da vida (relações afetivas, familiares, sociais).

Nunca estivemos tão alinhados em diferentes setores sobre os rumos do desenvolvimento humano. Então, se as competências socioemocionais ainda não estão no seu projeto de vida, é hora de inseri-las!

Se precisar de ajuda, existem variados serviços terapêuticos e educacionais que podem ajudá-lo nesse desenvolvimento como: psicoterapia, planejamento de carreira, grupo de encontro, workshop experiencial e cursos de aprimoramento profissional. Nossa equipe está a sua disposição para identificar o serviço mais adequado para sua necessidade. Conte conosco!

Maira Flôr

Maira Flôr

Psicóloga, CRP 12/08932

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