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3 atitudes que ajudam a superar preconceitos

A diversidade humana é tão grande que poderíamos dizer, sem medo de errar, que é impossível encontrarmos dois seres humanos inteiramente iguais. E que atire a primeira pedra quem tem algo ao contrário disso para falar, já que até mesmo os gêmeos univitelinos têm impressões digitais diferentes. É! Parece que somos diferentes por natureza, não é mesmo?

A questão é que temos enfatizado tanto as nossas diferenças, que está ficando muito difícil praticar a “igualdade” como um direito humano fundamental. Estamos perdendo de vista as nossas igualdades em meio às diferenças. Estamos deixando de reconhecer que nossas diferenças são o que temos em comum e o que nos caracteriza como humanos.

Isso nos leva para um ponto mais inflamado: a discriminação. É lógico que o problema não está na capacidade cognitiva de discernir ou distinguir. Aliás, esta habilidade é fundamental para identificar nossa individualidade ou o que nos torna únicos. Nossas dificuldades começam quando agrupamos as pessoas pelas semelhanças e atribuímos juízos de valor a estas características com base em conceitos ou crendices infundadas.

O fato das pessoas asiáticas terem olhos pequenos, das pessoas negras terem fibras musculares fortes, das pessoas de olhos claros serem mais sensíveis à luz, das pessoas brancas terem mais adoecimentos na pele, são alguns exemplos dos efeitos da adaptação a condições climáticas diferentes. Identificar a existência dessas características e, além disso, justificar alguns dos motivos dessas diferenças demonstra a nossa capacidade cognitiva de discernir.

Mas se estas características passarem a ser consideradas umas melhores ou piores do que outras, então esta atitude passará a ser preconceituosa e configurará um crime contra os Direitos Humanos. O mesmo acontece com as variações de características de gênero, de orientação sexual e afetiva (para ler mais sobre isso, acesse: Realidade TRANS), de identidade pessoal, de condição socioeconômica e cultural (aqui você encontra mais sobre esse tema também: Desigualdades e Privilégios: refletindo sobre o nosso papel).

Os desafios e obstáculos sociais que criamos historicamente são muitos. É uma verdade! Ainda vamos ter que caminhar por algumas décadas, talvez séculos, convivendo com nossas sensações de herdeiros ativos tanto da dor das vítimas, quanto da culpa dos algozes. Até mesmo porque nenhum de nós escapa completamente de fazer um julgamento preconceituoso sem nos darmos conta, mesmo que estejamos empenhados nesta transformação.

Pois é! À primeira vista pode parecer que a melhor saída para essa situação seria extinguir nossa capacidade cerebral de identificar características e definir categorias para não sermos preconceituosos. Mas não seria essa capacidade cognitiva que nos dá condições de garantir o reconhecimento das nossas características individuais e, de posse delas, garantir o direito de sermos nós mesmos?

Então! Se quisermos encontrar formas cada vez mais efetivas de garantir Direitos Humanos à igualdade, à liberdade, à saúde, à educação, ao trabalho e à segurança, talvez seja necessário garantir a lapidação das características individuais humanas, sejam elas físicas, subjetivas ou relacionais. Sabe por quê? Porque só assim seremos capazes de reconhecer o valor de sermos nós mesmos e de respeitar quem o outro é.

E para isso acontecer precisaremos desenvolver novas atitudes:

1. Abertura para o novo: historicamente aprendemos que estar perto do que conhecemos é mais seguro. No entanto, as oportunidades de desenvolvimento humano estão no sentido radicalmente oposto. É quando buscamos satisfazer nossa curiosidade e nos expomos a algo que não conhecemos, que descobrimos coisas novas; é quando experimentamos uma atividade diferente, que descobrimos e desenvolvemos novas habilidades. Permanecer nas redondezas do que conhecemos nos trás uma falsa sensação de conforto, de autoestima e de domínio, que em breve converte-se em limitações, angústias e sensação de atraso.

2. Empatia: A medida que exercitamos nossa abertura para o novo, naturalmente encontramos novas pessoas em nossas experiências. É das relações interpessoais que vêm nossas maiores aprendizagens sobre nós mesmos. Mas para isso, precisaremos exercitar o reconhecimento de como essas relações nos afetam, o que elas nos causam de sensações e sentimentos. Só então poderemos nos perguntar: E como será que essa experiência afeta a outra pessoa em particular? É muito provável que a experiência dela seja diferente da sua. Nem melhor nem pior, apenas dela! Desenvolver empatia significa conectar-se com o referencial interno da outra pessoa. E se você experimentar comunicar sua compreensão sobre essa experiência empática, pode descobrir as sensações que uma verdadeira conexão relacional pode proporcionar. Neste ponto as diferenças desaparecem e compreendemos o exato sentido do termo Igualdade.

3. Coragem para ser autêntico: O maior desafio para sermos nós mesmos talvez seja deixarmos de lado o desejo de tentar corresponder as expectativas das pessoas que amamos. Afinal, se precisamos agir de forma diferente do que realmente somos para que uma relação permaneça, isto significa que essa relação não é tão boa assim. Nossas distorções perceptivas podem chegar ao ponto de nem reconhecermos mais quem somos. O principal caminho de resgate e desenvolvimento da nossa autenticidade talvez seja buscar reconhecer, em cada experiência, que sensações, sentimentos e reflexões ela te provoca; como você gostaria de agir com base no seu referencial interno? O somatório de experiências com atitudes que representem sua consciência de si, podem te ajudar a reconhecer quem você realmente é.

O caminho da superação parece estar na responsabilidade de construir nossa própria identidade e novas formas de nos relacionarmos enquanto seres humanos profundamente iguais por sermos completamente diferentes.

Se você, assim como nós, sente que precisa exercitar suas atitudes em busca dos direitos humanos, a Psicoterapia presencial ou a Consulta Psicológica on-line podem te ajudar a refletir e cuidar das suas questões emocionais.

Clique aqui e converse com uma de nossas psicólogas para conhecer mais e entender o que faz sentido para você.

Maira Flôr

Maira Flôr

Psicóloga, CRP 12/08932

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