Você já se perguntou do que realmente precisa para viver? O momento pede para consumirmos com consciência e usarmos nosso tempo com sabedoria. Os apartamentos estão cada vez menores, não param de surgir ideias criativas para chegarmos ao lixo zero, os smartphones multiuso cabem na palma da mão. O apelo global é para descobrirmos: qual é o mínimo e o essencial?
O que mais me surpreende, nesse novo jeito de viver, é o paradoxo do mínimo que o faz experimentar mais. Pois é! No final das contas estamos descobrindo que encontrar o essencial é o que nos faz ter coragem de nos desligarmos daquilo que não nos faz crescer. Curioso, não acham?
Essa nova compreensão costuma dar um nó no nosso cérebro. Afinal, somos herdeiros da cultura acumuladora do “quanto mais melhor”. Tenho certeza de que em algum momento da sua vida você já ouviu alguém dizer: “mas eu posso precisar disso em algum momento”. E mesmo que você não seja um acumulador, deve ter no mínimo uma caixinha no fundo do guarda-roupas com aquelas cartinhas da infância, os presentes de família, seu primeiro alguma coisa.
Bem! A verdade é que até podemos aprender a guardar apenas os objetos que tenham significado afetivo, mas veremos que o maior desafio não está em selecionar os objetos, está na habilidade de escolher (Sobre escolhas, você pode ler mais em ).
Você escolhe, diariamente, o que guardar, o que comprar, onde ir, com quem falar, o que fazer. E a cada escolha, você diz não para milhares de possibilidades. É sobre isso que fala Greg McKeown, o autor dos bestsellers que refletem sobre o essencialismo: “Podemos ser qualquer coisa, mas não podemos ser tudo ao mesmo tempo”, diz ele.
Sempre que leio sobre essencialismo e minimalismo fico me perguntando: como vou saber se o que eu descobri é realmente essencial pra mim? A resposta que encontro é que não tem como garantir e que talvez não haja uma filosofia de vida capaz de trazer uma segurança que tanto gostaríamos de ter.
Se me fosse dado o poder de escolher um essencialismo, apostaria em ser quem realmente somos! Na verdade, se aprendermos a superar o desconforto de descobrir aspectos em nós mesmos que inicialmente não gostamos, vamos entender que não conseguiremos ser quem não somos. Então, podemos dizer que uma experiência é essencial para você quando:
• O faz descobrir algo mais sobre você;
• O ajuda a aceitar suas características, mesmo que as pessoas não gostem delas;
• Desenvolve seu apreço por quem você é;
• Permite descobrir o que você pode desenvolver sendo quem é;
• Proporciona que você reconheça a beleza das pessoas sendo elas mesmas.
O exercício de escolha sempre vai existir, o risco de erro também, mas entre as curvas e os tropeços, algumas reflexões podem ajudá-lo a nortear suas escolhas rumo a quem você é:
1) O essencial para você não é o essencial para o outro:
Já imaginou se todos precisássemos ser iguais, qual seria o sentido disso tudo? Mas é muito comum nos apegarmos ao nosso jeito de ser e agir como se só houvesse uma atitude correta. O próprio essencialismo, quando generalizado, pode levar a esta distorção. Então, respeite a originalidade do outro. Isso o ajudará a respeitar cada vez mais a diferença que existe entre você e o outro e reforçará a sua motivação para ser autêntico. Para isso acontecer crie o hábito de se perguntar sempre: quais são suas habilidades e competências? O que há de original e autêntico em você? Envolver-se em experiências que o ajudem a aprimorar sua originalidade são bem-vindas para o seu essencialismo. (Você encontra mais sobre originalidade e autenticidade em: ).
2) Para onde você está indo?
Se você sente dificuldade de responder a esta pergunta é possível que esteja usando um mapa que não foi feito para você. O que o fez escolher esse caminho? O que ele tem de seu? Estas perguntas podem ajudá-lo a clarear para onde você está indo e se este caminho lhe traz realização pessoal. O fato é que trilhar um caminho às cegas traz uma grande probabilidade de frustração. Reflexões sobre o que há de seu no seu caminho podem ajudá-lo a descobrir o que é essencial para você.
3) Aprenda a descartar.
Se algo não combina com quem você é, então não é essencial. Essa compreensão vale para objetos, relações e experiências. São tantos os motivos que nos fazem permanecer “só mais pouquinho” com alguma coisa ou em alguma situação. Geralmente a principal razão é, “mas isso pode mudar”. Bem, se uma circunstância não é válida pelo que ela é hoje, no mínimo ela está no tempo ou na época errada. Despedidas são profundamente dolorosas, mas na maioria das vezes são o caminho para novas oportunidades que o façam crescer. (Sobre despedidas leia: )
O mundo parece mesmo estar caminhando rumo ao essencialismo e ao minimalismo. E se a essência da vida humana está no exercício das suas potencialidades, isso quer dizer que tudo de que precisamos é estarmos dispostos a interagir com a dor e a delícia de descobrir um pouco mais sobre quem somos e sobre o que somos capazes de ser em cada experiência nova.
Vá em busca do que é essencial para você e se precisar de ajuda na construção do seu caminho, a Psicoterapia presencial ou a Consulta Psicológica on-line poderá ajudá-lo!
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