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Envelhecer: uma realidade que nos espera.

Dia primeiro de outubro comemoramos o Dia Internacional das Pessoas Idosas. Uma data criada pela ONU para ampliar a conscientização mundial sobre a população que mais cresce no mundo. Para você ter uma ideia, em 2017 tínhamos 28 milhões de idosos no Brasil e, segundo o IBGE, a projeção é de que essa população vá dobrar até 2042. Surpreendente, não é mesmo? Sim, somos o quinto país com mais idosos no mundo.

Se por um lado isso significa que nossa expectativa e condições de vida estão crescendo, por outro, quer dizer que precisamos aumentar nossa compreensão sobre a realidade que nos espera logo ali adiante.

E, por isso, é muito importante nos perguntarmos: Como será a minha vida quando eu passar a marca dos 60, 70, 80 ou 90 anos? Eu vou me esforçar para não ficar sentada em uma cadeira de balanço, fazendo tricô, enquanto meu corpo permitir. E você? Acredito que nossas condições de reflexão e criatividade nos permitirão sermos ativos na vida por muito tempo, apesar de ter consciência de que nossos pulmões e pernas já não responderão com a mesma destreza dos 20 anos.

Pois bem, esses momentos da vida deveriam ser apenas mais uma fase, com suas possibilidades e limites. Mas por que essa fase causa tanto medo a ponto de desejarmos adiá-la ou até evitá-la? Talvez porque é nela que vamos viver o fim da nossa trajetória. Ufa, é difícil até de ler isso, não é mesmo? Realmente não estamos acostumados a nos despedir do que vamos perdendo ao longo da vida e isso torna a despedida final bem mais conturbada do que ela deveria ser.

Embrulhados nos nossos medos, deixamos de entrar em contato com qualquer vivência que nos lembre o fim e paramos de acompanhar as aprendizagens e peripécias dos nossos idosos.

Pois é, eles também aprendem e fazem peripécias. É só imaginar um corpo envelhecido querendo concretizar algumas ideias que, apesar de brilhantes, são impossíveis de serem realizadas por ele. Como não esboçar um leve sorriso e acolher o seu esforço como uma grande peripécia?

Tenho a impressão de que uma tomada de consciência como essa pode ser a base para uma vida produtiva, cheia de aprendizagens e satisfações. Claro que combinada com tristezas e irritações. Afinal, essas combinações nada mais são do que a sinfonia da vida com seus acordes que harmonizam intensidade e suavidade, pausas e intervalos.

Isso quer dizer que precisamos aprender a orquestrar os instrumentos que temos, em cada fase da vida, para chegarmos na marca dos 60, 70, 80 ou, quem sabe, 90 anos como um maestro habilidoso que também aprendeu a lidar bem com as suas cordas que não afinam mais.

Temos muito a aprender sobre as sinfonias da vida com os maestros de muita idade. Em troca podemos apresentar os instrumentos digitais e convidá-los para juntos transformarmos a musicalidade do clássico e do eletrônico em uma só voz. Dessa união surgirá uma sinfonia capaz de tocar os corações das próximas gerações.

Leia mais:

“Perdas e ganhos: uma questão de ponto de vista.”

Maira Flôr

Maira Flôr

Psicóloga, CRP 12/08932

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