Imagine se você tivesse nascido em um mundo completamente mediado pelo virtual? Como seria se suas brincadeiras de criança não fossem correr na rua ou brincar com brinquedos e jogos de madeira ou de plástico? E ainda crescer com a certeza de que qualquer coisa que você quisesse saber ou fazer estaria disponível na internet, porque alguém no mundo certamente já teria tentado algo parecido! Pois bem, esta é a realidade das crianças nascidas depois de 2010. A nossa Geração Alpha.
A velocidade do desenvolvimento tecnológico e sua influência na vida das pessoas produziu um salto entre paradigmas. Demoramos décadas para ver a Geração X (1960 a 1980), que buscava a estabilidade e a segurança, transformar-se na Geração Y (1980 a 2000), que buscava o sucesso profissional e a sensação de conquista como prioridade.
Mas a transformação mais radical começou com a Geração Z (2000 a 2010), caracterizada pelo contato intenso com a tecnologia. Sua expansão foi tão grande que, em apenas 10 anos, já estava se transformando em Geração Alpha.
Conhecida como a geração independente, as crianças Alpha parecem nascer sabendo mexer em qualquer aparelho digital, com mais habilidades do que muitos adultos. São ágeis, precisas e criam saídas para seus problemas porque confiam que sempre há uma solução.
Esse parece ser o ouro da nova era! Reconhecer uma nova forma de aprender, que integra o que conquistamos à nossa experiência imediata, e seguir atualizando já que no momento seguinte ela não será mais a mesma. A aprendizagem não está mais em adquirir conhecimentos ou planejar a vida de forma previsível, isso seria uma perda de tempo em uma era tão rápida e tão líquida.

Isto tudo pode ser um grande desafio para as gerações anteriores. Um exemplo disso está na nossa família atual onde a relação entre avós, pais, filhos e netos, garante a convivência de cada uma das gerações, ao mesmo tempo.
Esta realidade pode parecer um problema, mas, se pensarmos bem, veremos que experiências de crescimento acontecem exatamente quando entramos em contato com o diferente, não com o igual. Isto nos leva a considerar que não são as diferenças no jeito de pensar e agir que causam conflitos geracionais, mas sim a rigidez e a resistência à mudança.
Nosso mundo novo, em parceria com a geração nova, nos ensina que não há espaço para nos apegarmos a pensamentos rígidos ou estáticos. Definitivamente, não aprendemos mais com aqueles que já sabem, mas, principalmente, com aqueles que estão abertos a superar as barreiras do tempo, do espaço e das habilidades humanas. Aqueles que já nasceram familiarizados com o complexo.
É isto mesmo, se desejamos aprender com a nova geração, precisamos nos familiarizar com o fato de que daqui para frente as construções serão feitas passo a passo, durante a caminhada. Será necessário reconhecer a complexidade da realidade em que estamos inseridos com consciência e responsabilidade, porque nossas ações ecoam em todas as gerações presentes e futuras.
Confira um dos vídeos que apresenta a geração Alpha.