“Eu tenho visto como as pessoas me olham
Embora eu nada tenha feito de errado.
Construa-me uma ponte, construa-me uma ponte”
(Mc Kean)
Quando você pensa sobre autismo, o que lhe vem à cabeça? Imaginamos que alguns leitores responderiam que são pessoas que se isolam do mundo, que não olham nos olhos e que apresentam muitos comportamentos inadequados. Outros diriam que se trata de um transtorno do desenvolvimento caracterizado pela dificuldade de comunicação, interação social e comportamentos estereotipados. E ainda seria possível considerar a existência de alguns leitores que não saberiam o que pensar sobre o assunto.
Por outro lado, algumas décadas de estudos fizeram com que os cientistas deixassem de acreditar que o autismo é fruto da relação entre uma criança com uma mãe fria e evitativa, para reconhecerem que sua causa é multifocal.
Essa consciência tem feito a Medicina pesquisar sobre as causas biológicas, bem como as possibilidades de prevenção, diagnóstico e tratamento. A Psicologia tem progredido nos métodos de avaliação e no treino das habilidades sociais, comportamentais e cognitivas, assim como a Fonoaudiologia tem se empenhado em promover o desenvolvimento da linguagem.
Avançamos também nos recursos legais. Hoje em dia as pessoas diagnosticadas como autistas têm o direito a uma auxiliar em sala de aula e pais com carga horária de trabalho reduzida, entre outros. Uma conquista que assegura, apesar de não estar garantido, o direito à participação social, educacional e ao desenvolvimento da pessoa com autismo.
E sabem por quê? Porque as evoluções não estão atentas ao fato de que para incluir é preciso integrar e para integrar é preciso aprender a se relacionar com o diferente.
Esse nos parece ser o ponto chave da inclusão! O elemento que nos une e que precisa estar presente em todas as especialidades, áreas de atuação profissional, grau de parentesco ou amizade, sob pena de corrermos o risco de não desenvolvermos as potencialidades de uma pessoa com autismo.

Estar em relação implica na construção de uma ligação, conexão ou ponte com alguém. Uma pessoa em interação com a outra e vice-versa. Para isso acontecer, precisamos resistir à tentação de fazer do outro a nossa imagem e semelhança; nos desprendermos da nossa forma de pensar e agir; adentrar no mundo percebido do outro para, enfim, construir uma interação geradora de crescimento.
Isso não é nada fácil, não é mesmo? E quando o assunto é construir uma relação com uma pessoa com autismo, essa tarefa fica muito mais difícil.
Como fazer para criar uma relação com uma pessoa que funciona completamente diferente de nós?
Temos muito o que aprender quando o assunto é nos relacionarmos, mas não podemos desconsiderar que a nossa capacidade de compreender, deduzir e imaginar nos torna potentes para ajudar aquele que diz: “quero muito ser bem-sucedido e tudo que preciso é ter uma ponte, uma ponte construída de mim até você”.
Essa é a parte que nos cabe desenvolver! Vamos lá?
Se você conhece alguém com autismo, saiba que existe um serviço especializado chamado Acompanhamento Psicológico do Espectro Autista para ajudar em todos as fases e aspectos do processo: identificar e desenvolver um plano personalizado para trabalhar as potencialidades e superar as limitações de cada pessoa com autismo e ainda orientar pais, escola e todos os profissionais envolvidos sobre seu funcionamento e suas características únicas.
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