“Lembre-se de olhar para as estrelas e não para baixo, para seus pés…”
Stephen Hawking* (In memoriam)
Nos últimos tempos tenho descoberto que não é incomum sentirmos angústia quando não encontramos saídas criativas para nossos desafios. E quando nos perdemos nesse sentimento, amarramos a nossa criatividade com a procrastinação. Aquela velha mania de deixar para amanhã, o que se pode fazer hoje.
Sem percebermos, preenchemos o tempo com atividades que não fazem sentido. Comemos sem ter fome, assistimos a uma programação da TV da qual não gostamos tanto assim ou passeamos pelas redes sociais por horas a fio, sem rumo.
Pois bem! Vocês já pararam para se perguntar por que escolhemos esses afazeres sem sentido? Eu me perguntei. E sabem o que encontrei? Que isso acontece porque o processo de criatividade envolve esforço e exercício da espontaneidade. Afinal, estamos falando de um processo que envolve disponibilidade para produzir vários ensaios de uma mesma ideia, verificar seus resultados e deixar-se levar por um diálogo entre você e a realidade, sem se preocupar com a perfeição do resultado.
Vejam isso! O foco não está na solução e nem no resultado encontrado, está no explorar por explorar.
Esta é uma equação delicada que exige resistir ao desejo de encontrar uma resposta rápida para os nossos desafios, enquanto nos deixamos levar pelo encanto da criação que está por vir e que nos lembra, incessantemente, de “olhar para as estrelas e não para baixo, para os seus pés…” (Stephen Hawking).
O início de todo processo criativo está em reunir o máximo de informações possível sobre a temática que desejamos explorar, sem nos preocupar em encontrar uma resposta para a questão. Uma busca ativa até que as informações se esgotem.
Se conseguirmos controlar nossas inquietações, entraremos em um momento de incubação. Eis a hora de descansar e acomodar nossas reflexões, para cultivar as combinações que levarão à revelação de novos elementos para velhas ideias. É o momento da descoberta. Aquele momento em que se experimenta a sensação de iluminação, muito bem representado por expressões como “eureka” ou “voilá”.
Bem, depois disso resta-nos verificar a consistência, pertinência e aplicabilidade da nova ideia. Se em algum aspecto ela se revelar disfuncional, voltamos ao início da preparação, para reunir novas informações até que o ato criativo se apresente com todo o esplendor da sua originalidade.
E assim, como nos diria nosso gênio da criatividade Stephen Hawking, “O afã por descobrir alimenta a criatividade em todos os campos, não só na ciência. Se chegássemos à meta, o espírito humano se machucaria e morreria”. Com ele descobrimos que ser criativo é enxergar as respostas escondidas nas entrelinhas da vida. Não há teia de procrastinação na criatividade! Há momentos sem lógica e sem tarefas, nos quais se experimenta viver, enquanto as peças se encaixam e reencaixam espontaneamente. É um convite para apreciar o movimento das estrelas. Tudo no seu devido tempo e lugar.
Sigamos em frente… explorando os limites da criatividade!
*Sinta um pouco do que é viver um processo criativo através da vida de Stephen Hawking no trailler do filme “A teoria de tudo“.